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Político que apoia polícia que matou Naël vai processar família do jovem

Depois de criar angariação de fundos a favor do polícia, a família decidiu apresentar uma queixa contra Jean Messiha. O economista já retaliou.

Opolítico de extrema-direita francês, Jean Messiha, que anunciou publicamente o seu apoio ao polícia acusado do homicídio de Naël, jovem que foi baleado ao não parar num controlo de tráfico em Nanterre, Paris, anunciou que vai apresentar uma queixa contra a família do jovem. 

A polémica começou quando Jean Messiha criou uma campanha de angariação de fundos para ajudar a família do polícia acusado de matar Naël, em Paris. O político de extrema direita desresponsabiliza o agente pelo sucedido e acusa a família do jovem de 17 anos de ser a culpada pela sua morte.

“A responsabilidade é dos pais, do sistema judicial e, em última análise, deste jovem”, afirmou em entrevista à Euronews, esta terça-feira, referindo que, “ao não obedecer à polícia, está a colocar-se numa espiral que levou a uma situação, a uma engrenagem que, mais uma vez, pode levar à tragédia. Neste caso, Naël suicidou-se, nada mais, nada menos”.

Na sequência disso,  o conhecido economista francês, nascido no Egito, que apoiou o candidato de extrema-direita Eric Zemmour na corrida às presidenciais francesas, criou uma campanha de angariação de fundos para apoiar o polícia Florian M..

A conta foi criada há cinco dias na plataforma GoFundMe e já arrecadou mais de um milhão de euros, doados por cerca de 50 mil pessoas. Um valor superior ao angariado para ajudar a família de Naël.

Após as polémicas declarações, a família de Naël anunciou que vai apresentar uma queixa contra o homem.

“Foi apresentada hoje uma queixa por fraude organizada em grupo, utilização abusiva de dados pessoais e ocultação destas infracções contra Jean Messiha e contra todas as pessoas que serão identificadas pela investigação como tendo participado nestas infracções”, declarou o advogado da família, Yassine Bouzrou, num comunicado na noite desta terça-feira.

Pouco depois do anúncio, Jean Messiha publicou no Twitter que a queixa não tinha “qualquer base legal” e anunciou que também ele iria apresentar uma queixa, noticia o Le Figaro.

“Esta noite, todo um sistema está a tentar silenciar-me, recorrendo a métodos totalitários de intimidação. Temos de continuar a sedação profunda e contínua da nossa identidade para eutanaziar a alma de França. Tudo o que possa despertar o nosso povo entorpecido deve ser neutralizado imediatamente e por todos os meios necessários. Não, não me vou calar e NUNCA me vou deixar calar”, escreveu.

“A queixa apresentada pela família de Naël não tem qualquer base jurídica. Faz parte de uma recuperação vergonhosa e de uma comunicação política difamatória e caluniosa contra a qual apresentarei uma queixa”, anunciou em seguida, deixando um desafio a todos aqueles que participaram na sua campanha de angariação de fundos.

Referindo-se ao facto de terem sido mais de 100 mil pessoas a doar dinheiro a favor da família do polícia, Jean Messiha insinuou que a acusação de vigaristas era destinada a todos estes e, por isso, desafiou todos eles a apresentarem queixa contra a família do jovem.

Entretanto, numa nova publicação nas redes sociais, esta manhã, o economista refere que vai responder a todas as acusações da família numa entrevista hoje na CNews.

Fonte: NM

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