
O transporte de toros de madeira para Luanda parece ter diminuído consideravelmente, mas a destruição florestal continua em ritmo crescente. Em Cangandala, Sul de Malanje, centenas de árvores são semanalmente abatidas para fabrico de carvão. Em 2024, cerca de 20 crimes contra o ambiente foram reportados.
A pobreza extrema e o desemprego nas cidades e comunidades rurais são consideradas “molas impulsionadoras” para o fabrico de carvão em Malanje, actividade exercida principalmente por jovens, com todas as consequências para o ambiente.
Apesar das acções de sensibilizações realizadas pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) e associações ambientais, a exploração desenfreada das florestas acontece a qualquer hora do dia, quase sempre longe dos olhos da fiscalização.
Os carvoeiros organizam-se em grupos, e cada um pode derrubar 10 a 20 árvores. “As árvores são arrumadas, cobertas com capim e areia num único forno que depois é queimado, e aí se faz o carvão”, explicou Manuel Adriano. O jovem, de 24 anos, abandonou há oito meses os familiares, em Luanda, para se dedicar ao fabrico de carvão, em Cangandala, por ser uma actividade mais rentável.
Manuel Adriano explica que os carvoeiros escolhem árvores com aproximadamente 10 metros de comprimento para garantir uma produção satisfatória, e o período de queima varia entre três semanas e um mês. Acrescenta que o carvão é colocado em sacos de 100 e 150 quilos.
Fonte: NJ