A Procuradoria Geral da República (PGR) através da sua Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DINIAP) começou, na semana passada, a notificar algumas figuras do aparelho do Estado, supostamente envolvida na rede do contrabando de combustiveis no país, que recentemente foi desmantelada pela casa militar do Presidente da República, apurou à imprensa.
Entre as figuras notificadas estão ex-governadores, oficiais generais e comissários da Polícia Nacional e do SIC, assim como algumas altas figuras da AGT e da Sonangol.
Uma fonte da PGR assegurou à imprensa que muitas destas figuras serão constituídas arguidas, e outras são chamadas apenas para prestar declarações a respeito das investigações que a DNIAP leva a cabo, em função das denúncias públicas feitas pela Casa Militar do PR, no mês de Setembro.
A fonte não avançou nomes, mas assegurou, como novidades, a notificação de altas figuras da petrolífera estatal Sonangol e da Administração Geral Tributária (AGT), chamadas para prestarem declarações.
A PGR confirmou as notificações, salientando que se trata de um procedimento normal dos processos de investigação.
Conforme a fonte, muitas destas figuras estão a ser notificadas para serem ouvidas e justificar algumas situações.
“Outros vão saber, nesta fase, que foram ou estão constituídos arguidos e que vão ser ouvidos em auto de interrogatório, posteriormente, na presença dos seus advogados”, confidenciou a fonte, que preferiu não avançar as datas em que muitos dos envolvidos serão ouvidos.
No mês passado, o procurador-geral da República, Hélder Pitta Grós, disse à imprensa que, após recolhidas as provas e confirmadas as investigações, os nomes dos supostos envolvidos serão tornados públicos.
Durante o seu discurso à nação, no Parlamento, o Presidente da República João Lourenço acusou políticos e parlamentares de estarem igualmente envolvidos no contrabando de combustível, defendendo que devem ser “exemplarmente punidos”.
O contrabando de combustíveis lidera a lista dos principais crimes que ocorrem nas fronteiras terrestres do País, e é já um velho problema em Angola.
No início do mês passado, o ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, denunciou, na cidade do Soyo, no Zaire, o envolvimento de altos dirigentes do País no contrabando de combustível para a República Democrática do Congo (RDC).
Entre as figuras, referiu o ministro de Estado, estão governantes, antigos governantes, oficiais generais, oficiais comissários, autoridades administrativas a nível provincial e municipal, bem como autoridades tradicionais.
Fonte: NJ