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Petróleo: Com o passar das horas, mercados petrolíferos sobressaltam-se com hipótese de crise no sistema financeiro após colapso de banco norte-americano

O barril de crude, que começou a sessão desta segunda-feira, 13, surpreendentemente a aguentar bem as notícias do colapso do Banco de Silicon Valley (SVB), um dos mais importantes do mundo no apoio às startups, na sexta-feira, mas, com o passar das horas, o cenário começou a mudar.

Depois da Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, ter anunciado que nenhum dos depositantes ficaria sem o seu dinheiro, juntando os dois reguladores, a Reserva Federal e a Corporação dos Seguros de Depósitos, o sistema financeiro respirou ligeiramente de alívio e os mercados petrolíferos sossegaram da ansiedade do fim-de-semana… mas durou pouco a tranquilidade.

Com a manhã a avançar neste primeiro dia da semana, o barril de Brent, que serve de referência para as ramas exportadas por Angola, acabou por ceder e, depois de ligeiros ganhos matinais, estava, perto das 12:50, hora de Luanda, a observar uma perda importante, de mais de 1,60 por cento. Para 81,63 USD.

A almofadar esta queda está a China, que, com dados positivos da sua actividade económica, antecipa um crescendo no consumo de energia, embora sem que isso demova os “abutres” de sobrevoar os mercados financeiros sentindo um cheiro semelhante a morte como aconteceu em 2006, com a queda abrupta do Lehman Brothers, tamém nos EUA, abrindo a porta a uma das graves crises financeiras desde a grande derrocada bolsista de 1929. Também nos EUA.

Com o receio de contágio em alta, por exemplo, o índice S&P 500, que índice bastante nas novas tecnologias, perdeu nestas horas todos os ganhos da semana, e na Europa, o índice STOXX da banca quebrou 5,7 por cento, apesar das medidas drásticas anunciadas em Washington.

Por detrás deste caramanchão de sentimentos de pânico e memórias amargas de 2008, estão, entre outras razões, os pesados aumentos das taxas de juro nos EUA e na Europa para combater a inflação historicamente alta que é um dos estilhaços mais rudes da guerra na Ucrânia, que já dura há 14 meses.

Mas, até ver, para Angola, com o barril a aguentar-se acima da fasquia dos 80 USD, este ainda é um bom momento.

Este cenário é especialmente importante para Angola porque, apesar da diminuição continuada da produção nacional, ainda depende em grande medida do seu sector energético, considerando que o crude representa mais de 90% das suas exportações, perto de 30% do PIB (tem vindo a descer nos últimos anos o peso do sector) e mais de 50% das receitas fiscais do Estado, sendo certo que o sector do gás natural já é uma importante fonte de receitas, superando mesmo o diamantífero.

Aliás, o Governo de João Lourenço, que elaborou o seu OGE para 2023 com um preço de referência para o barril nos 75 USD, tem ainda como motivo de preocupação a divulgação em Novembro de 2022 de um relatório da consultora Fitch Solutions, onde se antecipa uma redução da produção de petróleo na ordem dos 20% na próxima década, com origem no desinvestimento em toda a extensão do sector, deste a pesquisa à manutenção, quando se sabe que o offshore nacional, com os campos a funcionar, está em declínio há vários anos devido ao seu envelhecimento, ou seja, devido à sua perda de crude para extrair.

Fonte: NJ

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