
O Presidente da República aproveitou o discurso à Nação que nesta quarta feira, marca o arranque do novo ano parlamentar, para exaltar o percurso histórico de cinco décadas de Independência Nacional reconhecendo nele momentos “altos e outros menos bons”.
João Lourenço lembrou os cinco séculos de ocupação colonial que conduziram à luta de libertação nacional, sublinhando a necessidade de encontrar nesta caminhada as “lições e as conquistas dos primeiros 50 anos de Independência”.~
Apontou como desígnio desta festa nacional “celebrar com todos” a história de Angola repleta de determinação para “continuar a trabalhar para erguer uma Nação próspera” sem ignorar ninguém, tendo a ouvir a sua intervenção uma bancada da UNITA com quase todos os seus 90 deputados vestidos de negro, um evidente protesto, para já, nesta altura da intervenção do Presidente da República, silencioso.
João Lourenço começou por dizer que “mais que a habitual mensagem do Estado da Nação” pretendia dirigir-se hoje ao povo angolano para com ele “patrtilhar uma caminhada heroica de cinco décadas” sublinhando que a esperança média de vida em Angola é hoje de 64 anos, mais 23 que no tempo colonial.
Apesar desta introdução assente no percurso histórico da Angola independente que esta ano comemora o 50º aniversário da libertação colonial, o Presidente da República recuperou o método das suas idas anteriores ao Parlamento por ocasião do começo do ano legislativo, revisitando os feitos do seu Governo.
Elencou assim as novas obras e projectos concluídos e lançados no país, das infra-estruturas na saúde, às rodoviárias, equipamentos sociais e no sector da educação.
Sublinhou, com especial ênfase a melhoria da resposta no âmbito da malária que, sendo ainda a doença mais letal em Angola, existe hoje mais eficácia no seu tratamento e profilaxia.
Na área da educação, lembrou a pesada herança da colonização, com um sistema de ensino que deixava de fora a maioria dos angolanos, sublinhando o esforço feito nestes 50 anos para alargar o ensino à generalidade da população, incluindo o ensino superior.
Apontou mesmo para os próximos 25 anos, até 2050, como meta, conseguir alcançar 16% da população em idade escolar a frequentar o ensino superior e deixou como exigência que, também pela via da educação, todos os sectores da economia nacional possam criar empregos bem remunerados para os jovens que chegam ao mercado de trabalho.
E garantiu que este sector continua entre as suas prioridades porque é fundamental para assentar o futuro do país com a preparação académica que o futuro requer e exige, nomeadamente com a criação de quadros que durante anos eram quase exclusivamente formados no exterior.
Revisitou ainda o passado da economia nacional, lembrando as suas crises mais agudas, como a do petróleo em 2014, e as medidas tomadas para as ultrapassar, bem como as reformas estruturais essenciais para assentar o desenvolvimento e o crescimento do país.
Considerou que actualmente o país atravessa um período de consolidação, aliviando o peso do serviço da dívida, apostar numa política fiscal mais eficaz, lembrando o papel do Banco Nacional de Angola nestas décadas, nomeadamente o combate à hiperinflação dos anos de 1990 para os dias de hoje.
E disse que reduzir essa inflação, hoje em torno dos 18%, é uma aposta prioritária para garantir vários objectivos, como a saúde da economia nacional e a sua solubilidade.~
Notou que o sistema financeiro é hoje mais inclusivo, como o demonstra a taxa de bancarização, estando apostado em que até 2027 esta chegue aos 75%.
E lembrou a frase histórica de Agostinho Neto, “A agricultura é a base, a indústria o factor decisivo” para enfatizar a importância da diversificação da economia nacional.
Isto, porque, apontou Lourenço, o contexto internacional impõe como busca incessante garantir a independência nacional nos diversos sectores, para evirar choques desnecessários tomando medidas previamente.
Fonte: NJ