Paragem de táxis dos congolenses motivo de discórdia – Moradores e logistas querem que seja removida, taxistas dizem que só saem quando GPL lhes arranjar novo espaço
Face às constantes reclamações dos moradores e dos comerciantes, as autoridades administrativas e policiais do Governo da Província de Luanda (GPL) estão a analisar o pedido remoção daquela que é a principal paragem de táxis para o centro da cidade, soube o Novo Jornal.
Numa carta de reclamações dirigida ao GPL e ao comando provincial de Luanda da Polícia Nacional, com conhecimento da administração do distrito urbano do Rangel, os moradores, agastados com o funcionamento da actividade dos taxistas e das vendas desordenas na zona, dizem-se aflitos e esgotados com a situação e por isso pedem a remoção daquela paragem.
“Os táxis impedem a entrada e saída dos nossos veículos. Não conseguimos entrar nas nossas próprias residências e, até em caso de óbito, não conseguimos realizá-lo em casa porque não há sítio para ficar devido à venda desordenada e aos taxistas que nem respeitam a aflição dos moradores”, queixam-se na carta.
Na mesma missiva, os proprietários dos armazéns da zona queixam-se de baixa produtividade e de falência porque, dizem, os clientes não mais entraram nas lojas por conta da venda desordenada e da desorganização dos táxis.
O Novo Jornal soube junto de uma fonte da administração da Companhia Nacional de Distribuição (CND), empresa gestora dos supermercados MAXI, que a loja Maxi – Congolenses fechou as portas devido à desorganização no local que afugentava os clientes e consequentemente levou à falência da loja.
Entretanto, as autoridades administrativas e políciais estão a par da situação e o facto é que nesta quinta-feira, 05, o segundo comandante da Polícia Nacional em Luanda, comissário Mateus André, visitou o local na companhia de altos funcionários do GPL e da administração distrital do Rangel, assim como dos representantes das associações dos taxistas para analisaram as reclamações dos moradores e dos proprietários dos armazéns.
Sobre a retirada ou não da paragem, uma fonte do GPL assegurou que este assunto será analisado a mais alto nível, nos próximos dias.
Francisco Paciente, presidente da Associação Nova Aliança dos Taxistas de Angola (ANATA), contou ao Novo Jornal que os taxistas só irão aceitar deixar o local quando as autoridades lhes indicarem uma nova paragem.
“Concordamos que a nossa actividade não pode condicionar o trabalho dos outros. Mas o Governo não nos pode tirar daquele local sem antes nos indicar outro espaço para trabalharmos”, disse.
Segundo Francisco Paciente, quer os taxistas, quer os comerciantes acabam sendo vítimas da falta de políticas da administração pública.
“Ninguém está contra ninguém! Todos somos vítimas da falta de infraestruturas”, explicou o líder da ANATA, sugerindo que se alargue o lado esquerdo da paragem dos congolenses para que no futuro sirva como a paragem de táxis das diversas rotas.
De salientar que a conhecida paragem dos congolenses, em Luanda, é uma das principais paragens de táxis estratégicas de Luanda, pois nela encontram-se táxis para quase todos os pontos da cidade.
Fonte: NJ