
Na Direcção Nacional de Viação e Trânsito (DNVT), afecto ao Comando Geral da Polícia Nacional, o novo chefe de Departamento de Habilitação de Condutores, Superintendente-chefe, Fidel Filipe, está a ser acusado de “perseguição contra os colegas, abuso de poder, nepotismo e uso indevido do cargo para benefício próprio, e inserir amigos em áreas chaves da direcção.
Numa carta enviada pelos queixosos, apontam Fidel como intriguista, mau- chefe, nepotismo e desrespeito aos efectivos com muitos anos de casa.
“Está a perseguir os quadros do departamento, e substituir chefes de secção para colocar pessoas próximas a si”, denunciaram.
Explicaram que, a título de exemplo, colocou um 3º Subchefe de nome Avelino, técnico de laboratório, a fazer trabalho de seu guarda-costas e porteiro do Departamento de Habilitação de Condutores, acto reprovável por aqueles efectivos.
A denúncia diz ainda que o comportamento de Fidel é recorrente, sendo que o mesmo foi nomeado chefe do departamento há quase três semanas, e gaba-se por ser amigo do Director Nacional da Viação e Trânsito.
Por outra, é acusado de humilhar os técnicos, promovendo intrigas, marcar reuniões com os examinadores fora do horário de expediente, isto até às zero horas, cujo objectivo é apenas observar quem dentre os subordinados tenta reivindicar a atitude do chefe, para ser conotado como desobediente.
Dizem que, entre os vários efectivos “humilhados e perseguidos”, está um oficial superior, identificado como Intendente Dorival Cardoso, chefe de Secção de Avaliação Psicológica, que está há cinco anos no Departamento de Habilitação de Condutores.
Este último, por ser um dos representantes da Direcção de Trânsito e Segurança Rodoviária (DTSER) nos órgãos de comunicação social há mais de quatro anos, tem sido um “alvo a abater”.
Segundo a denúncia, a perseguição contra o Intendente tem a ver com a forma como pedagogicamente tem transmitido as informações da especialidade de trânsito aos cidadãos, e isto tem repercutido em elogios de altas patentes e outras figuras, facto que tem gerado perseguição e ódio
“O caso recente foi aquando da visita do Ministro do Interior, Manuel Homem às instalações da DNVT, onde o Comandante-geral da Polícia Nacional, Comissário-Geral, Francisco Monteiro Ribas da Silva, teceu rasgados elogios a Dorival, desde aquela a data as relações com os seus chefes só se tornaram mais azedas, os elogios criaram ciúmes não só ao chefe de departamento visado, assim como ao Superintendente João Pereira, chefe de Comunicação Institucional e Imprensa da DTSER, este que é visto como um dos mentores das intrigas, tanto é que numa das reuniões gabou-se de “boca cheia”, “vocês já comeram muito agora é a nossa vez”.
Contam que o também psicólogo tem sido alvo de perseguição e calúnias, com a conivência e olhar silencioso do chefe da inspecção deste órgão, superintendente-chefe Calala, bem como a chefe do Pessoal e Quadro Manuela Minguês.
A carta acrescenta ainda que, diante desta situação, Dorival foi proibido de participar em programas televisivos da TPA, o Ecos e Factos, onde fazia comentários, alegando ser ordens superiores.
Por outra, terá sido retirado da sua sala de trabalho e colocado num local fora do departamento.
Os efectivos apelam ao Comandante-Geral e ao Ministro do Interior que façam algo para salvar o departamento.
No entanto, uma equipa de reportagem do Na Mira do Crime contactou o Superintendente-chefe, Fidel Filipe, chefe de Departamento de Habilitação e Condutores, para comentar sobre às acusações que pesam sobre si.
Sem gravar entrevista por não estar autorizado, o responsável negou todas as acusações contra si, tendo dito que o autor das denúncias precipitou-se e fê-lo de má-fé, com o objectivo de denegrir a sua imagem.
Entretanto, confirmou que haverá mudanças a nível daquele departamento quer seja de agrado de alguns ou não. “Estas serão feitas para o melhoramento da instituição, visto que a mesma se encontrava com muitos vícios”, explicou.
Numa visita curta no local, dirigida aos jornalistas deste jornal, nos foi mostrado as divisões dos compartimentos dos gabinetes afectos aquela área e, por sua vez, foi interagindo com o pessoal.
Por outro lado, criticou “certas pessoas” que acham que estar nesse departamento é melhor que num outro local, sublinhou que de si não tem muito para falar, mas se for indagado, cada efectivo daquela área falaria como tem sido a maneira de ser daquele oficial superior.
Fonte: NAMIRADOCRIME