Além dos avanços no lema da presidência angolana “Capital Humano e Financeiro: Os principais factores para a Industrialização Sustentável da Região”, os ministros da SADC analisam progressos do Plano Estratégico do Desenvolvimento Regional para 2020-2023. Oportunidade para à imprensa medir o pulso às 16 economias da região.
Os ministros dos 16 Estados- -membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) analisam, nos dias 10 e 11 de Março, domingo e segunda-feira, em Luanda, os avanços na execução dos programas regionais, na reunião de Conselho de Ministros, a segunda realizada durante a presidência angolana da SADC, comunidade que teve, em 2023, um PIB combinado de 797,8 mil milhões USD, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O órgão, que reúne duas vezes por ano, em Março e Agosto, fiscaliza o funcionamento e o desenvolvimento da SADC e garante a execução das políticas e decisões tomadas pelos Estados- -membros das 16 economias que compõem a comunidade.
Durante os dois dias de trabalho em Luanda, os ministros da SADC passarão em revista o grau de cumprimento das decisões do Conselho e da 43ª Cimeira de Chefes de Estado, realizada em Agosto de 2023 em Luanda, e os avanços na materialização do lema da presidência angolana “Capital Humano e Financeiro: Os principais factores para a Industrialização Sustentável da Região da SADC”.
Serão também analisados os progressos na materialização do Plano Estratégico Indicativo do Desenvolvimento Regional para 2020-2023 e do Centro de Operações Humanitárias e de Emergência da SADC (SHOC), assim comos desastres ocorridos na região.
O Conselho de Ministros, que integra por regra os ministros que tutelam as Relações Exteriores, Negócios Estrangeiros, Planeamento Económico, Finanças e Comércio, aprovarão ainda o Plano Institucional Anual e o orçamento do Secretariado da SADC para o exercício económico de 2024/25.
Uma semana antes do Conselho de Ministros, reuniram-se em Luanda o Comité Permanente de Altos Funcionários da Comunidade Económica da África Austral e o Comité de Finanças.
Economia mais robusta é a que menos cresce
A África do Sul é a economia mais robusta entre as 16 que formam a comunidade económica, com 380,9 mil milhões USD, quase metade do PIB combinado de 797,8 mil milhões USD, em 2023, mas é a que menos cresce, segundo as projecções do FMI, embora Angola tenha fechado o ano com um crescimento de 0,4%, de acordo com os dados do Governo angolano no OGE 2024 (ver infografia ao lado).
Mas se analisarmos a distribuição de riqueza por habitante, Seicheles lidera, destacado, com um PIB per capita de 20.890 USD em 2023, quase o dobro do país que ocupa a segunda posição, as Maurícias, com 11.752 USD. Com uma população estimada em 100 mil habitantes, as Seicheles escaparam ao fenómeno da inflação alta, que atingiu o mundo após a pandemia da Covid-19. Em 2023, os preços dos bens e serviços no arquipélago baixaram, com o país a registar uma deflação de -1,1%, segundo os dados macroeconómicos do FMI.
No outro extremo está o Zimbabué, que atingiu uma inflação de 396,2% em 2023, o que fez ressurgir o fantasma da hiperinflação, após uma pausa em 2021, quando o país fechou o ano nos dois dígitos (60,7%) e conseguiu interromper um ciclo de inflação galopante, que chegou aos 521,5% em 2019.
Com o quinto maior PIB da SADC (32,4 mil milhões), o Zimbabué teve uma quebra no crescimento, em 2023, com uma taxa de 4,1%, após dois anos de recuperação, em 2021 e 2022 (com crescimento de 8,4 e 6,2 %, respectivamente), que interrompeu dois anos de recessão consecutiva em 2019 (-6,3%) e 2020 (-7,8%).
Fonte: Expansão