O ministro das Finanças do Governo português está em Luanda desde a noite de Domingo para uma visita de três dias onde o objectivo é resolver questões pendentes, assinar acordos de cooperação, estreitar relações e preparar a visita para breve do primeiro-ministro António Costa a Angola.
À chegada a Luanda, Fernando Medina disse aos jornalistas que esta visita tinha ainda como objectivo verificar a existência de questões por resolver, como pequenos assuntos pendentes, sendo o objectivo maior, como sempre é dito nestes momentos, o estreitamento das relações bilaterais.
O que Medina quer é que “as palavras se traduzam em actos” e que se “vão ultrapassando obstáculos” e criar oportunidades de negócios em Angola para as empresas portuguesas, traduzindo a relação de forte proximidade entre os dois países na área das Finanças.
Nestes três dias, Fernando Medina vai estar atento ao que se apresentar como de possível melhoria nas relações entre Lisboa e Luanda “que é muito forte” mas pode ser ainda mais aprofundada na cooperação alargada a vários domínios.
Durante esta visita, que termina na próxima 5ª feira, 06, vai ser assinado um acordo de cooperação na área das finanças públicas, na quarta-feira, na sala de reuniões do edifício sede do Ministério das Finanças, embora o momento alto seja a audiência com o Presidente João Lourenço, e com a sua homóloga angolana, Vera Daves.
O referido acordo, segundo comunicado de imprensa, tem ainda como objectivo “contribuir para a capacitação de serviços e quadros técnicos” inserindo-se estas acções no Programa Estratégico de Cooperação 2018-2022 entre Angola e Portugal, podendo agora ser prolongado para o período 2023-2027.
O programa da visita compreende ainda um encontro com o Presidente da República, estando ainda previsto que Medina se encontre com o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, e com o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, além de diversas reuniões técnicas, nomeadamente com o BNA.
No entanto, em pano de fundo desta visita está ainda a preparação da visita para breve, provavelmente entre Maio e Junho, do primeiro-ministro português, António Costa, como o explicava a 04 de Março o ministro luso dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.
Cravinho explicou mesmo aos jornalistas nessa ocasião, logo após um encontro com o seu homólogo angolano, Teté António, em Lisboa, que, além de Fernando Medina, estariam a caminho de Luanda com esse fito os ministros portugueses da Administração Interna, da Defesa Nacional e da Economia.
No âmbito dessa visita, com António Costa a ter de meter na bagagem a difícil tarefa de recuperar alguma perda estratégica de Portugal em Angola para países como Espanha ou Itália ou França, que têm apostado forte nas relações comerciais e diplomáticas com Luanda.
E Cravinho não o escondeu propriamente quando adiantou que, para “preparar devidamente essa visita” de António Costa foi criada uma comissão mista intergovernamental para “passar em revista o conjunto de matérias”
João Gomes Cravinho enquadrou esta comissão nos acordos bilaterais existentes e tem como função preparar a visita de governantes dos dois países, sendo coordenada pelos dois ministros que tutelam as respectivas diplomacias.
Uns dos pontos da agenda dessa esperada visita de António Costa a Luanda será, seguramente, a questão da emissão de vistos em Luanda para Portugal, sobre o que Gomes Cravinho admitiu que existem dificuldades devido ao crescente número de pedidos de angolanos que procuram viajar para Portugal.
Fonte: NJ