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Ministério vai resolver os pendentes com o SINPROF a partir de Janeiro

A ministra da Educação garantiu, segunda-feira, em Luanda, que os três principais pontos do caderno reivindicativo do SINPROF, ainda em negociações, serão atendidos, paulatinamente, a partir do próximo mês de Janeiro.

Luísa Grilo, que falava após a visita em várias escolas, para constatar o reinício das aulas, acrescentou que dos treze pontos do caderno reivindicativo apresentado pelo Sindicato dos Professores dez já foram resolvidos.

“Há consenso. Nós e o SINPROF concordamos que os três pontos podem começar a ser resolvidos a partir de Janeiro. Sempre dissemos que não podemos resolver todos os problemas em simultâneo”, disse à Rádio Nacional, a ministra da Educação.

No Instituto Médio Politécnico Alda Lara, onde os alunos estão em pausa pedagógica, a ministra da Educação recebeu informações de que as provas foram feitas na semana passada e já estão a ser corrigidas.

“Os alunos foram avaliados. A direcção da escola é organizada. Ouvi dos professores que antes da greve já tinham as provas elaboradas. As provas foram elaboradas pelos coordenadores, como é importante frisar. Não foram os administrativos. As provas foram vigiadas por todos, inclusive pelos professores que não aderiram à greve, apoiados por alguns funcionários administrativos”, garantiu Luísa Grilo.

De referir que as aulas nas escolas públicas do ensino geral no país retomaram, ontem, já com provas do 1º trimestre, após quase duas semanas de interregno, devido à segunda fase da greve dos professores. 

No primeiro dia de provas registou-se, nas escolas, grande presença de professores e alunos. 

Alunos de várias escolas, como o Instituto Médio de Economia de Luanda (IMEL), Instituto Politécnico Industrial de Luanda (IPIL) e Mutu Ya Kevela, antigo Liceu Salvador Correia, e outras por onde a equipa de reportagem do Jornal de Angola passou apelam à ministra da Educação para que se chegue a um consenso com o SIMPROF, para que não haja mais paralisações, que fazem com que os alunos fiquem prejudicados. 

Ana Peliganga, estudante do curso de Comunicação Social no IMEL, disse que o primeiro dia de prova foi incômodo, porque não estava pronta para as provas, que começaram sábado, o que considera um acto antipedagógico, uma vez que não estudam no referido dia. 

“Não vamos ter a prova de laboratório de multimédia, porque a aula é muito prática e devido ao tempo que ficamos em casa o professor não fez o questionário, neste caso sairemos prejudicados, por isso pedimos ao Ministério da Educação para que chegue a consenso com os professores, para que não haja mais paralisações”, disse. 

Admiro André, estudante de Electricidade Electrónica e Telecomunicações no Instituto Politécnico Industrial de Luanda (IPIL), disse que muitos alunos foram apanhados de surpresa, pois os honorários foram fixados apenas ontem.

 “Na semana passada havia um horário que foi disponibilizado pela sub-direção pedagógica e mudou-se para outro, o que fez com que muitos não conseguissem aparecer hoje (ontem), por isso a escola está vazia, porque o pátio estaria cheio se fosse um dia normal como outros”.

Já o estudante da 12ª classe, do curso de Química Industrial, Hermenegildo Malo, disse que apenas se apercebeu das provas no sábado e não contava mais fazer as provas, visto que o calendário do primeiro semestre terminou e já tinham feito provas durante a greve.

O director do IPIL, Milton Silva, disse que as provas estão a decorrer na perspectiva de beneficiar os que não fizeram as anteriores, durante a greve. Acrescentou que algumas classes, como a 10º e a 11º, ficaram muito afetados pelo facto de grande parte dos professores terem aderido à greve. 

“Em princípio, nós calendarizamos para até dia 23 do corrente mês, mas de forma interna também organizamos de modo a que o calendário oficial foi revisto, devido ao leque de disciplinas que contemplam os planos curriculares. Vamos dar primazia às componentes científicas e técnicas”.  

Apelou a boa compreensão dos alunos no sentido de continuarem a aparecer na instituição, apesar das perturbações decorrentes da greve, e encorajou os encarregados de educação a incentivarem os estudantes a irem à escola. 

Já o coordenador do turno da tarde no IMEL, Deodato Dunn, disse que o primeiro dia de regresso às aulas registou grande adesão de professores e alunos, apesar do calendário ser apertado em relação ao anterior, visto que antes era de uma semana e meia e agora é apenas de uma semana. 

O SINPROF assegura que a 3ª fase da greve será decidida na assembleia de professores, a realizar-se em Janeiro do próximo ano.

Fonte: JA

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