Merenda promove inclusão escolar mas «endereça» avisos ao Governo angolano
Menos desistências e bom aproveitamento, reflexos da merenda escolar oferecida pelo grupo Carrinho, actualmente em 10 províncias, beneficiando 228.265 crianças, disfarçam o cenário de precariedade em muitas escolas. Sobas estão satisfeitos, é certo, mas pedem reforço, uma vez que muitas crianças abandonam escolas não abrangidas nesta fase, à procura do lanche em outros estabelecimentos. Reabilitação e construção de salas de aula são outros pedidos feitos por quem tenciona juntar o útil ao agradável no processo de ensino e aprendizagem. Ministra da Educação esteve no Benin num fórum sobre nutrição infantil nas escolas.
Há muito que os pequenos Mendonça e Rita, 11 e 9 anos de idade, respectivamente, deixaram de trabalhar com os pais em campos de cultivo que garantem a sobrevivência da família, numa zona verde do município do Cunhinga, província do Bié, trocando as enxadas pela escola, o meio ideal para crianças.
A dupla, sorridente no contacto com a reportagem do NJ, foi atraída pela merenda escolar servida em 77 escolas da sua província, com centenas de crianças beneficiárias.
Mendonça e Rita, alunos da Escola Primária “Rufino Ngueve”, resumem o seu sentimento num “estamos bastante satisfeitos com a merenda”, como as papas, leite e cereais (chocapique), mas o soba da região, Arão Jamba, vai mais ao longe.
“É muita alegria porque, antigamente, as crianças não vinham a este lugar, mas as escolas, agora, já estão cheias por causa deste trabalho”, sustenta a autoridade tradicional, convicta de que “o estudo vai dar certo”.
No local, foi possível perceber que muitas crianças procuram “fugir” das escolas sem merenda, à procura de um lugar em estabelecimentos eleitos para esta fase da iniciativa da Carrinho Empreendimentos, S.A.
Fonte: NJ