Mercado já ‘mexe’ com as vendas do Dia dos Namorados
O dia 14 de Fevereiro, dedicado aos namorados, passou a ser sinónimo de lucros para os comerciantes que nesta altura aumentam investimentos para garantir maior oferta de produtos aos clientes que, por sua vez, não se poupam a esforços para agradar ao parceiro na data comemorativa dos “apaixonados”.
A actividade comercial do Dia dos Namorados já é visível pelas ruas de Luanda, onde estão montadas as tendas recheadas de variedade de oferta, os sites de vendas e até páginas das redes sociais onde cada um criou um slogan mais atractivo, que o outro, para vender a sua ideia aos interessados.
A florista Gold criou pacotes promocionais exclusivos em alusão à data, mas a promoção beneficia quem faz o pagamento com dez dias de antecedência ao dia 14. Os preços variam entre os 12 mil e os 65 mil Kz para os presentes para mulheres e homens, e os conjuntos, um pacote que serve para o casal.
“Quero sempre agradar os clientes com o melhor”, disse a gerente da loja, Claudia Francisco, que confirma que os homens continuam a ser os maires compradores, apesar de reconhecer que o número de mulheres que faz as encomendas tem vindo a aumentar. “Hoje já temos 15% de clientes femininas a comprar”, referiu. No entanto a comerciante reconheceu que as opções de presentes masculinos são muito reduzidas, “precisa-se de muita criatividade para não ser a “mesmice””.
Mas uma particularidade separa as mulheres dos homens, segundo a empresária: os homens compram mais de um presente na data e enviam para vários endereços, como contou a lojista Samara Tatiana, uma avaliação do que acontece com as entregas ao domicílio que realizam. “Se calhar as mulheres também o fazem, mas de forma mais discreta”, salientou.
Samora Tatiana disse que este ano criou duas estratégias, apostou mais em marketing e na venda a grosso, uma forma de permitir que outras pessoas conseguissem vender nesta fase que é uma das mais certeiras. “Os produtos já começaram a “voar” da loja”, contou.
Além dos presentes dedicados à data – cestas de frutas, cestas mistas, bouquet de rosas mistos e os “ta falar, ta fazer” – cujos preços variam dos 15 aos 40 mil Kz, a loja também se dedica ao comércio de material personalizado como pastas, camisolas, chapéus, chávenas e outros, como uma forma de alimentar o negócio. E estes são os presentes, digamos, mais acessíveis.
Já no Stand de automóveis “FP e filhos”, têm três solicitações de entrega de viaturas. Uma da marca Kia Sportage, um Toyota Prado e um Pajero. “São reservas que foram pagas em prestações para esta data”, confidenciou o gerente do espaço, Ernesto Jeremias, ao contar que uma das reservas foi efectuada por uma senhora para o esposo.
Formalização do negócio
O economista Alexandre de Barros disse que é normal que a data tenha tomado um lado muito comercial, porque é assim que se faz economia em toda parte. Os comerciantes, ao ver o lado emotivo das pessoas, aproveitam a oportunidade de venda. Para o mesmo, o único “se não”, entre muitos, é o facto de muitos destes espaços comerciais estarem ainda na informalidade.
“É urgente que as acções de formalização da economia seja acelerada, pois o Estado perde dinheiro quando não se pagam impostos”, disse.
Questionado sobre ser possível saber qual é o resultado deste movimento comercial do Dia dos Namorados para a economia nacional, o economista disse que não tem conhecimento de nenhum estudo sobre o assunto, mas que é um ponto de abordagem e análise a se ter em conta, dada a quantidade de espaços de comércio e venda que se criam em torno da data.
“O impacto deve ser enorme, uma vez que se criam postos de trabalho, mas não sei de nenhum estudo sobre o impacto da data no comércio”, finalizou.
Fonte: Expansão