As universidades e institutos especializados devem pôr à disposição do Ministério da Educação (MED), a produção académica que ajude a consolidar, de forma rápida e segura, o ensino das línguas de Angola, defendeu, esta terça-feira, em Luanda, a ministra Luísa Grilo.
A governante, que falava na abertura da 1ª Conferência Internacional sobre a Inserção das Línguas de Angola no Sistema de Educação e Ensino, disse que a sua utilização é um imperativo da constituição e da Lei.
Segundo a ministra da Educação, para que a qualidade desejada no ensino seja completa se deve incluir também o conhecimento local, geralmente expresso nas línguas maternas.
A ministra recordou os dados do Censo realizado em 2014, que mostram o português como a língua mais falada no país, com cerca de 71 por cento da população (umbundo 23/% , kikongo e kimbundo 8% cada uma), alertando para as assimetrias criadas no uso exclusivo da língua portuguesa no ensino.
Por seu turno, o director geral do Instituto Nacional de Avaliação e de Desenvolvimento da Educação, Diasala Jacinto André, afirmou que a referida conferência criou espaços de diálogo que permitem uma discussão em torno dos fundamentos capazes de contribuir para a concepção de uma política linguística que tenha em conta a diversidade etnolinguística do país.
De acordo com Diasala Jacinto André, são esperados dois grandes objectivos: a partilha de experiências nacionais e internacionais sobre a problemática da inserção das línguas africanas nos Sistemas de Educação e Ensino e colher subsídios que vão contribuir para a definição de uma estratégia a adoptar no processo de inserção das Línguas de Angola no currículo, no quadro da transformação da Educação.
A 1ª Conferência Internacional sobre a Inserção das Línguas de Angola no Sistema de Educação e Ensino contou com dois painéis temáticos, o primeiro falou sobre Línguas de Angola no Sistema de Educação e Ensino: realidade ou descontinuidade?
Já no segundo painel foi realizada uma mesa redonda onde foi abordado o tema sobre as línguas africanas nos sistemas de educação de alguns países africanos: práticas, desafios e inovações, cada um deles com quatro intervenções.
Subordinado ao tema “Línguas de Angola no currículo, um factor de transformação da Educação e de inclusão escolar”, o evento teve como objectivo discutir a problemática da inserção das línguas africanas nos sistemas de educação e construir uma estratégia para a inserção das línguas no currículo escolar.
Fonte: Angop