O Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, uma efeméride instituída, em 1987, pela Organização das Nações Unidas. Em angola, dados do Instituto Nacional de Luta Anti-Drogas indicam que os jovens, dos 15 aos 34 anos, fazem parte da faixa etária que mais consome drogas ilícitas.
Os números crescem todos os anos. Uma realidade que, aos olhos do sociólogo Agostinho Paulo, devia ser travada com a criação de politicas que desencorajem o consumo de droga por parte dos mais jovens.
“Quando a camada jovem envereda para as práticas de consumo de substâncias entorpecentes, obviamente que esta não poderá, do ponto vista positivo, contribuir com a sua capacidade física, intelectual e moral para o desenvolvimento do país”, frisou.
A liamba
Entre as drogas mais consumidas pelos jovens em Angola está a liamba, mas as autoridades governamentais dizem-se preocupadas com a entrada no país de drogas consideradas “pesadas” que têm como proveniência o Brasil. Fernando Domingos, nome fictício, é consumidor de droga há vinte anos.
Para ele, o consumo da liamba nunca lhe causou transtornos, mas reconhece haver consumidores que enveredam para práticas pouco abonatórias após o consumo. “Há quem fume para ficar na rua, fazer confusão, roubar, e isso é que faz com que falem mal da liamba. Isso depende da mente de cada pessoa”, revelou.
Consequências
As consequência não ficam por aqui, como explica o sociólogo Faustino Paulo. “Uma das consequências que advém do consumo de drogas, para além da desestruturação social, é o suicídio. Muitos indivíduos suicidam-se sob o efeito de substâncias entorpecentes”, ressaltou. O sociólogo defende que é necessário que o Estado desencoraje aqueles que tem na indústria da droga uma fonte de riqueza. “O estado deve afinar os mecanismos de combate de drogas, para que se desencoraje todos aqueles indivíduos que fazem deste produto uma fonte de riqueza.”
Todos os níveis sociais
A DW tentou contactar, mas sem sucesso, o porta-voz do Serviço Investigação Criminal (SIC), Manuel Halaiwa, para a obtenção de dados atuais sobre o combate ao tráfico de droga.
Dados do Instituto Nacional Anti Drogas indicam que, no país, os consumidores de drogas são de todas as origens sociais e níveis de educação e não classificam as drogas em leves e pesadas, mas, sim lícitas e ilícitas, com base nas consequências ao sistema nervoso central.
Segundo o Instituto Nacional Anti Drogas, o país possui um plano estratégico, baseado na prevenção, redução da procura, da oferta e dos riscos; minimização de danos; dissuasão; tratamento e reinserção.
Fonte; DW/AN