“A aquisição do EuroBic tem um claro sentido estratégico para o Abanca, devido ao dinamismo do mercado português, a sua inter-relação económica com a Galiza e com Espanha, e as sinergias que proporciona ao nosso projeto”, afirmou Juan Carlos Escotet, presidente do Abanca, citado em comunicado, numa operação em que foi assessorado pela consultora Clearwater Portugal.
“É a operação corporativa mais significativa que desenvolvemos até à data, e a segunda em Portugal desde que inauguramos esta fase de crescimento internacional em 2018 com uma clara vocação de consolidação ibérica”, acrescentou o responsável.
Marca Eurobic desaparece no próximo ano
O banco vai operar sob a marca Eurobic Abanca até à conclusão do processo de integração tecnológica e operacional, previsto para ocorrer ao longo de 2025.
Numa fase mais imediata, durante este fim de semana e de forma gradual, serão realizados os trabalhos de implementação da nova imagem exterior e de remoção dos antigos elementos relacionados com a marca Eurobic.
Pedro Pimenta continuará a liderar o negócio em Portugal. O conselho de administração será presidido por Juan Carlos Escotet e contará com 12 administradores: Francisco Botas, Ana da Cunha Barros, Manuel López Figueroa, Pedro Azevedo Maia, Filomena Oliveira, Rita Lourenço, José Azevedo Pereira, Susana Nereu, Miguel Antunes, Rui Lopes e Alfonso Caruana.
Banca com lucros recorde
O negócio dá-se num ambiente favorável para o negócio bancário, com o setor a registar lucros históricos à boleia da subida das taxas de juro.
No caso do Abanca, com negócios que se estendem ao Vinho do Porto, à Pescanova e ao futebol, mais do que triplicou os resultados para 711 milhões de euros no ano passado. O Eurobic alcançou um lucro recorde de 104 milhões de euros, mais 160% em relação a 2022.
Desde janeiro de 2020 que se mantinha a indefinição na estrutura acionista do EuroBic, após ter rebentado o caso Luanda Leaks em janeiro de 2020, que forçou Isabel dos Santos a sair do banco português.
A empresária angolana detinha uma participação de 42,5% do Eurobic que se encontrava arrestada pelas autoridades na sequência do mega processo que enfrenta em Luanda, sendo que 37,5% estavam na posse de Fernando Teles, enquanto o restante capital pertencia a outros acionistas angolanos como Luís Cortez dos Santos, Manuel Pinheiro Fernandes e Sebastião Lavrador (cada um com 5%).
Fonte: Eco