A tendência de aceleração está a inverter-se mas os preços continuam a aumentar, agora a ritmos mais lentos. A inflação homóloga em Luanda foi no mês de Agosto de 40,56%, um aumento 1,63 p.p. face ao último mês.
A inflação homóloga no País baixou pela primeira vez nos últimos 16 meses. Estava em crescimento desde Abril de 2023, quando se fixou em 10,59% e foi subindo até aos 31,09% em Julho, baixando agora em Agosto para 30,53%. Embora seja um decréscimo ligeiro, de 0,56 pontos percentuais, pode ser o momento da inversão desta tendência. Se tivermos em linha de conta a inflação mensal, 1,61%, é também o valor mais baixo desde Agosto de 2023. Ou seja, os preços continuam a subir, mas agora a um ritmo mais moderado.
Projectando aquilo que poderá ser o valor no final do ano, mantendo-se esta tendência da inflação mensal caminhar para valores à volta de 1,5% poderá atingir-se numa inflação homóloga no final deste ano entre os 25% e os 27%. Pode ter um valor ligeiramente acima desta projecção, se nos três últimos meses do ano, tal como acontece normalmente, existir uma subida mais acentuada dos preços dos produtos alimentares e bebidas, para um patamar a rondar os 29%.
Em Luanda, o valor da inflação homóloga caiu pela primeira vez no mesmo período de tempo o mês passado, e reforçou agora em Agosto, atingindo um valor de 40,56%, embora seja de prever que a queda no final do ano seja maior nesta província, uma vez que os valores da inflação mensal estão a encostar à média do País. Nesta perspectiva, pode projectar-se uma inflação homóloga no final de 2024 para Luanda entra os 31 e os 33%, mais optimista, ou a rondar os 35% se houver essa aceleração dos preços no último trimestre.
Em Agosto, a classe com maior crescimento foi a Educação, aumentou 15,47% em Luanda (impacto directo do ajustamento das propinas para o novo ano lectivo) e 8,8% na total do País. O facto de ter pouco peso no ponderador final, fez com que a taxa mensal não tivesse um aumento maior. Luanda foi responsável por 19,61% do aumento da inflação (0,32 pp do total de 1,63%), e no total do País por 10,59% do crescimento (0,17 p.p. de um total de 1,61%).
As variações na classe “Alimentação e Bebidas não Alcoólicas” são as têm maior impacto nos números da inflação, uma vez que tem uma ponderação muito acima das restantes no cálculo da valor final, 55,77%, em comparação por exemplo com “Transportes” (6,50%), “Habitação, água, electricidade e combustíveis” (5,38%), “Saúde” (3,55%) ou Educação (3,03%). Significa isto que para baixar a inflação no País o passo mais importante é controlar o crescimento dos preços dos produtos alimentares.
Neste capítulo dizer que há uma inversão na tendência de aumento dos preços dos alimentos, no País cresceram 1,58% e em Luanda 0,95%, o que significa um crescimento acumulado desde o início do ano a rondar os 22%, valor que vários especialistas consideram abaixo do que acontece na realidade. Recordar que o índice de preços que À imprensa desenvolveu, obviamente diferente no tipo de produtos e na metedologia de recolha, mostra um crescimento de 25% desde Dezembro de 2023 (edição 791).
Se compararmos com Agosto de 2023, houve uma desacelaração da taxa mensal inflação de 1,19 p.p. para a província de Luanda e de 0,43 p.p. para a média nacional, justificando a diminuição do gap entre a inflação homóloga na capital e nas restantes províncias. Neste particular dizer que Luanda foi apenas a 11ª província no ranking do aumento de preços em Agosto, tabela que foi liderada pelo Namibe (+2,19), Bengo (+2,03) e Cabinda (+1,95), tendo valores mais baixos o Huambo (+1,28), Cuanza Sul (+1,28) e Lunda Sul (+1,40).
Fonte: Expansão