A cônsul-geral de Portugal em Angola, Rosa Lemos Tavares, informou esta quinta-feira, 27, as autoridades angolanas que o Consulado tem detectado muitos falsos documentos portugueses de angolanos que procuram viajar para Portugal nos últimos meses e sublinha que esta situação tem sido reiterada e que o fenómeno tem crescido.
“Nos últimos meses temos detectado uma maior frequência da junção de documentos fraudulentos na instrução do processo para a obtenção de vistos, não só relativo a Bilhetes de Identidade angolano, passaportes, mas também documentação portuguesa falsa, manipulada para forjar uma ligação a cidadãos portugueses”, denunciou a diplomata ao ministro do Interior, numa audiência que o ministro concedeu ao embaixador de Portugal em Angola.
Segundo Rosa Lemos Tavares, estas situações têm sido prontamente comunicadas às autoridades competentes em Angola, através do Ministério das Relações Exteriores (MIREX) e do Serviço de Investigação Criminal (SIC).
Conforme a cônsul, é tanto do interesse de Portugal como de Angola que situações como estas sejam desaconselhadas.
Rosa Lemos Tavares disse ao ministro do Interior que estas práticos atrasam consideravelmente a fluidez dos pedidos de visto com que o consulado é confrontado.
A diplomata portuguesa aconselhou os utentes a solicitarem vistos de entrada com antecedência de seis meses, para evitar os constrangimentos que se registam no consulado de Portugal em Angola.
“Os pedidos de vistos podem ser feitos com seis meses de antecipação e quanto mais cedo forem pedidos, mais facilmente serão atendidos com toda a tranquilidade”, aconselhou.
Neste encontro solicitado pelo Ministério do Interior, em que foi avaliado o estado das cooperações entre os dois países, o embaixador de Portugal em Angola, Francisco Alegre Duarte, denunciou a existência de uma rede de falsificadores de documentos para a aquisição de vistos de entrada para Portugal.
O embaixador assegurou que toda a equipa do consulado está apostada em responder aos pedidos de visto, até porque existe, por parte da Embaixada de Portugal, a vontade de facilitar o atendimento do fluxo de cidadãos que pretendem obter vistos.
Por outro lado, o embaixador pediu ao ministro do Interior que agilize também a concessão de vistos para os cidadãos portugueses contratados pelas empresas angolanas.
Já o ministro do Interior, que se fez acompanhar por altos funcionários do MININT, manifestou o desejo de desmantelar a rede de falsificadores de documentos para a obtenção de visto junto do Consulado de Portugal em Angola, para que a mobilidade dos cidadãos seja feita com maior segurança e transparência.
O ministro mostrou-se preocupado e solicitou à delegação portuguesa mais informações para facilitar as investigações a serem realizadas pelos órgãos competentes.
Segundo o ministro, as relações entre Portugal e Angola são consideradas excelentes, estratégicas e privilegiadas.
Fonte: NJ