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Governo regressa a programa de ″má memória″ para reduzir défice habitacional

Ausência da administração do Estado, assumida pelo ministro da Construção, manchou experiências anteriores, que resultaram, como verificou à imprensa, em bairros desordenados, sem o mínimo de condições sociais. Munícipes de Benguela falam em burla para descrever casos em que, apesar dos pagamentos, ficaram sem terrenos prometidos pelas autoridades. Regresso à iniciativa coincide com alta de preços do material de construção.

Com o anúncio da preparação de 900 mil lotes de terrenos, feito há três semanas pelo Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Construção, o Governo angolano regressa a uma iniciativa “política” que deixou vários dissabores, sobressaindo o surgimento de bairros desordenados, sem acessos, água e electricidade, quando se pretendia dinamizar a autoconstrução dirigida, um modelo que é recuperado agora para reduzir o défice habitacional de 2,2 milhões de casas, indicam dados recolhidos pela imprensa

Por algum motivo, aliás, o ministro das Obras Públicas, Carlos dos Santos, assumiu que o Estado pecou, há alguns anos, ao não infra-estruturar os terrenos, por alegada falta de condições financeiras, antes da distribuição dos lotes.

Naquela que terá sido a experiência-piloto em Angola, ocorrida na província de Benguela, centenas de cidadãos perderam os seus espaços, pelos quais desembolsaram 27 mil kwanzas, encaminhados para uma conta institucional domiciliada no Banco de Comércio e Indústria (BCI), denominada “Embelezamento das Cidades”.

João Benedito, hoje com 43 anos, lembra que depositou o dinheiro, depois de ter tratado toda a documentação em diferentes departamentos da Administração Municipal, mas ficou sem a parcela, no chamado projecto Benguela Sul.

“Sei apenas que as coisas “morreram” quando foi exonerado o Engenheiro Isaac dos Anjos [assessor presidencial, ex-governador provincial]. Ninguém disse nada, nem agora nos explicam”, indica o jovem, que chega a usar a expressão “burla” para descrever o sucedido.

Joana, professora, é outra cidadã que se sente lesada, principalmente quando recorda que as autoridades não levaram ao Benguela Sul as condições prometidas.

Fonte: NJ

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