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Familiares e amigos exigem inquérito ad hoc sobre a morte de Wilson

Federação explica, em inquérito preliminar, que houve falha nos travões quando o motociclista tentava efectuar uma curva, mas há quem não deixe passar “falhas” na pista de Ombaka, quando familiares exigem inquérito ad hoc.

Foi como que um “acidente de percurso” na rota que deverá conduzir a província de Benguela ao relançamento dos desportos motorizados que têm como principais entraves a escassez de praticantes e a falta de um palco à altura. Nesse sentido, convergem reacções à morte, há uma semana, no bairro da Graça, arredores da cidade capital, do piloto de motociclismo Wilson Benoliel Cardeau, que foi a enterrar esta semana no Huambo.

Familiares e amigos de Wilson Cardeau “Mias Filly”, piloto angolano de 34 anos em motociclismo, que no último sábado, 29 de Julho, perdeu a vida quando fazia a última sessão de treinos livres para o Grande Prémio Cardoso Albernaz, no circuito de Santos Pera, em Benguela, pedem uma investigação profunda às autoridades angolanas sobre um assunto que está a mexer com as várias sensibilidades da modalidade, asseguraram à imprensa fontes ligadas ao malogrado.

A família, sobretudo o pai do malogrado (Alberto Cardeau), em conversa com este semanário, considera “imaturo” o comunicado publicado pela Federação dos Desportos Motorizados (FDM), instituição encabeçada por Ramiro Barreira, que, segundo o responsável, atribui a Wilson Cardeau a culpa da sua morte.

“É um pouco triste a federação tomar uma decisão em querer culpabilizar o piloto. Estamos a abrir um inquérito ad hoc para tentar apurar as causas da morte do meu filho. Estas pessoas estão a tentar arranjar alguns argumentos para se ilibarem da péssima organização que elas têm. Eu digo que o desporto motorizado em Angola é suicida, porque, independentemente de ter havido um erro técnico, se a pista estivesse preparada, o meu filho não morria. Aquilo aconteceu numa recta mais longa do circuito, onde os pilotos chegam a atingir os 300 km/hora”, assegurou Alberto Cardeau.

O pai reagiu à imprensa que a causa da morte do seu filho não foi por um erro técnico, nem que os travões da moto tenham falhado durante os treinos. “A federação não pode querer alegar essas desculpas para se ilibar das péssimas condições que põem os pilotos a correr com um erro do meu filho. Nós, familiares, não concordamos, e eu estava lá, não conhecia aquela pista e, quando aconteceu, eu vi tudo isso. E digo, hoje foi o meu filho, e, se continuarem a correr naquelas condições, outros pilotos vão morrer ali”.

Investigações preliminares da Federação Angolana de Desportos Motorizados (FADM) indicam que “o piloto, de forma estranha, escolheu uma trajectória inadequada para fazer a curva”, uma versão não muito distante do que à imprensa apurou junto de quem esteve no local, mas não se deve perder de vista a existência de correntes que apontam deficiências na pista.

Fonte: NJ

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