
Défice de infra-estruturas exige estabilidade e modelos que atraiam investimento privado para alavancar o desenvolvimento do continente
O ex-ministro do Urbanismo e Construção Civil de Angola, José Maria da Conceição Silva, defendeu esta Terça-feira, em Luanda, à margem da 3.ª Cimeira sobre Financiamento de Infra-estruturas e Desenvolvimento em África, que o continente precisa de acelerar a criação de mecanismos que tornem o investimento privado mais atrativo, sob pena de o défice de infra-estruturas continuar a agravar-se.
Segundo o antigo governante, “não é possível alavancar as infra-estruturas do país apenas com os recursos públicos”, uma vez que estes são insuficientes para responder à crescente necessidade de expansão e modernização dos sectores-chave.
“Precisamos de criar modelos que atraiam investimento privado. Angola tem tudo para avançar por este caminho. Temos que saber vender o nosso produto de forma consistente, olhando para a estabilidade e segurança jurídica”, reforçou.
O ex-ministro considerou que África enfrenta simultaneamente um cenário de crescimento do PIB e da população, mas ainda convive com fragilidades estruturais ligadas à previsibilidade e ao clima de negócios.
“O investidor tem de olhar para a estabilidade política, económica e social. Ele precisa de sentir segurança ao trazer o seu capital. Há aqui uma oportunidade para as lideranças africanas consolidarem essa estabilidade”, destacou.
José Maria da Conceição Silva sublinhou ainda que as parcerias público-privadas devem basear-se em instrumentos jurídicos sólidos, recomendando maior rigor na criação de ambientes que assegurem proteção e segurança legal aos investidores.
“As parcerias público-privadas devem estar assentes em instrumentos jurídicos muito sólidos. Temos que trabalhar fortemente nesses instrumentos que tornem a entrada de capitais privados atrativa”, concluiu.



