O Ministério Público pede a condenação do antigo Governador da Lunda Sul, Ernesto Kiteculo, por tentativa de aquisição de uma moradia de mais de 2 mil milhões Kz ao Grupo Nova Vida, com dinheiro do erário público, num julgamento que entrou esta terça-feira, 12, na sua fase final. O acusado diz-se inocente e garante que nunca se apropriou de nada ilegalmente.
O julgamento de Ernesto Kiteculo entrou hoje para a sua fase final e o tribunal procedeu às alegações finais, nas quais o MP pediu a sua condenação pelo facto do mesmo se apropriar de avultadas somas de dinheiro do Estado enquanto governador e principal gestor financeiro da província da Lunda Sul.
A acusação refere que o arguido tentou, com o dinheiro do Estado, adquirir uma residência T8 do Grupo Boa Vida, no valor de mais de 2 mil milhões de Kz, sendo, por isso, acusado dos crimes de peculato e abuso de poder, quando exercia o cargo.
Segundo o MP, Ernesto Kiteculo ordenou ao director do Gabinete de Estudo e Planeamento (GEP) um pagamento verbal para o empresa, na qual era cliente, no valor de 15 milhões de kz e as respectivas coordenadas bancarias para que esse valor fosse pago ao Grupo Boa Vida, por via desta empresa, de forma faseada, para a aquisição de uma residência de mais de 2 mil milhões de kwanza.
Em sede de julgamento, o ex- governador da Lunda Sul disse que essa transferência não passou de um erro do director do GEP, facto que o MP se recusa aceitar.
O presidente do conselho de administração do Grupo Boa Vida (GBV), Tomasz Dowbor, declarante no processo, devolveu à Conta Única do Tesouro esse dinheiro tão logo soube que o antigo governador tinha sido constituído arguido pela PGR.
O Ministério Público garantiu que ficou provado que as transferências feitas e ordenadas pelo arguido, para a compra de quatro viaturas topo de gama, avaliadas em 180 milhões de kz, e que as ordens de saque que o ex-governador autorizou, serviam apenas para ludibriar o Ministério das Finanças.
Em tribunal, Ernesto Kiteculo reafirmou que não praticou qualquer crime durante o exercício do cargo de governador da província da Lunda-Sul e disse que, desde muito cedo, foi educado a encarar com responsabilidade, zelo e dedicação as missões que lhe são confiadas.
“Peço-vos, no sentido de olharem para um cidadão angolano que tudo fez e dedicou-se, desde muito cedo, à causa do País. Deixo ao vosso santo critério, porque só defendi o interesse público e nunca coloquei em causa os seus interesses para nada”, referiu o arguido.
A defesa do ex- governador disse que as alegações do MP estão eivadas de inverdades e pede ao tribunal que não as considere e absolva o antigo líder do Governo Provincial da Lunda-Sul.
Fonte: NJ