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Estudantes vão marchar a favor dos professores universitários em greve

O Movimento do Estudantes Angolano (MEA) marcou para o próximo dia 15 uma marcha pacífica de protesto para exigir do Governo a resolução das reivindicações dos professores das universidades públicas que há mais de um mês estão em greve, sem fim a vista.

Esta marcha vai ainda servir para protestar contra a decisão do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI) em anular matrículas de mais de cinco mil estudantes do 1.º ano em 12 instituições privadas, por não realização de exames de admissão.

O MEA acusa o Governo de não estar interssado em resolver o problema dos professores universitários e de não pugnar pela qualidade de ensino no País.

Segundo o Movimento dos Estudantes Angolano, não se percebe como o Governo atende outros sectores e não a dos docentes universitários.

Em função deste desinteresse, segundo o MEA, os estudantes vão sair às ruas no próximo sábado, 15 dia, em Luanda e também em algumas províncias do País para marcharem a favor dos professores.

Conforme o MEA, os estudantes querem que seja resolvida o mais urgente possível esse impasse, e mostra-se também preocupado com as ameaças de morte que o presidente do Sindicato de Professores do Ensino Superior de Angola (SINPES), Eduardo Peres Alberto, sofreu no domingo dia 03, confirmado pelo próprio à imprensa.

Segundo Peres Alberto, o levantamento da greve não depende do presidente, mas sim de uma deliberação dos professores em assembleia e assegura que as ameaças não o farão recuar.

Entretanto, o Movimento do Estudantes Angolano salienta que a marcha dos estudantes não visa somente solidarizam-se com os professores, mas também chamar a atenção do MESCTI sobre a anulação dos cursos do 1.º ano em 12 instituições de ensino, por falha destas.

“Mais de cinco mil estudantes das instituições privadas viram as suas matrículas anuladas por ganância das instituições e falha do próprio ministério”, disse ao Novo Jornal Francisco Teixeira o secretário-geral do MEA.

Segundo o MEA, as universidades falharam, pelo facto de saberem que não se pode admitir estudantes sem a realização de testes, mas salienta que o MESCTI pecou pelo facto de não ter fiscalizado no primeiro mês.

“Infelizmente quer repor a legalidade seis meses depois do arranque do ano lectivo e após os estudantes terem feito as provas do primeiro trimestre”, avançou, explicando que “devia ter feito essa fiscalização no princípio do ano lectivo e não no meio do ano”.

O Novo Jornal sabe que o MESCTI aconselhou aos estudantes para exigirem o reembolso dos valores das propinas já pagas.

Francisco Teixeira, o secretário-geral do MEA, diz não concordar pelo facto dos estudantes e encarregados terem feito muitos investimentos nos estudos.

“Quem vai pagar agora os dinheiros dos táxis, livros e computadores e os danos psicológico e morais?”, questiona o MEA, assegurando que o movimento dos estudantes vai abrir um processo-crime contra o MESCTI.

MESCTI detectou irregularidades em 12 instituições do ensino privado e apenas em uma pública

O Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação detectou irregularidades e ilegalidades em 13 instituições do ensino, sendo 12 privadas e apenas uma pública, que levou à anulação de matrículas, além da aplicação de multas.

Trata-se dos institutos superior politécnico privado do Kilamba, do Bita, (Luanda), o de Ciências da Educação (ISCED-público), o Instituto Politécnico Atlântida, o Internacional de Angola, o Crescente, Nelson Mandela, o Católico de Benguela, este último, por exemplo, admitiu mais de mil estudantes para o curso de formação de professores sem terem feito exame.

Outras irregularidades e ilegalidades foram detectadas ainda em instituições do ensino superior privado da província do Moxico.

Falando aos jornalistas, à margem do Conselho de Ministros, o secretário de Estado do Ensino Superior, Eugénio da Silva, disse que as irregularidades e ilegalidades vão desde as mais leves (falta de rigor na correcção as provas) até às mais graves (não realização de exames de acesso) detectadas durante as acções de fiscalização e supervisão, no quadro do processo de acesso ao ensino superior no presente ano académico.

O ISCED-Luanda aparece como a única instituição pública no meio das privadas, por admitir mais estudantes do que o número de vagas autorizadas pelo Ministério do Ensino Superior.

Segundo o MESCTI, durante o processo de fiscalização e supervisão foram anotados casos em que os estudantes não reuniam requisitos para serem candidatos por terem apresentando uma nota média abaixo da mínima de 12 valores obtida no ensino secundário.

O secretário de Estado do Ensino Superior assegurou que as instituições em questão foram advertidas e multadas conforme a Lei, e que as inspecções vão continuar.

Fonte: NJ

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