A Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) prevê, este ano, alcançar uma produção de 12 milhões de quilates.
A informação foi prestada pelo presidente do Conselho de Administração da Endiama, Ganga Júnior, no final do encontro de trabalho que manteve, quarta-feira, em Luanda, com o Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE).
Segundo o gestor, em 2022, a Endiama teve uma produção de cerca de nove milhões de quilates, razão pela qual, em 2023, foi projectado um objectivo de produzir cerca de 12 milhões de quilates.
Durante o encontro promovido pelo IGAPE, no âmbito das atribuições e tendo em vista o reforço do acompanhamento da actividade operacional das empresas do sector empresarial público, foram analisadas questões ligadas à necessidade de prestação de contas consolidadas e a superação das reservas de auditoria às contas da empresa.
Ganga Junior explicou que o IGAPE teve contacto directo com a gestão da sociedade no sentido de se inteirar das questões de funcionamento da Endiama, onde foi explicado o desempenho da empresa no período de 2017 a 2018, bem como a fixação dos objectivos que norteiam os próximos exercícios económicos.
Em 2017, a Endiama teve um prejuízo na ordem de 3,5 milhões de dólares, mas desde lá para cá, a empresa tem recuperado consideravelmente os resultados, sendo que, em 2021, alcançou já cerca de 80 milhões de dólares. Quanto aos índices de produção e vendas de diamantes, têm estado a melhorar, tendo começado com um volume de facturação anual próximo dos mil milhões de dólares e em 2022 esteve muito próximo dos dois mil milhões de dólares.
No que toca ao processo da implementação da Bolsa de Diamantes, o responsável disse que o processo está em curso e, neste momento, estão a trabalhar com a Sodiam, Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás e outras instituições com o objectivo de ainda no segundo trimestre deste ano a bolsa começar a funcionar provisoriamente.
“Por ser uma instituição nova, de raiz, não existe a nível de todos os países produtores apenas na África do Sul, ainda assim decidimos constituir a Bolsa em Angola e estamos convencidos que será um processo de melhoria contínua no funcionamento, resultante da comercialização dos diamantes”, salientou.
Visão do IGAPE
Por seu turno, o administrador do IGAPE, Raimundo Santa Rosa, explicou que o objectivo da visita à Endiama visou não só acompanhar o trabalho da empresa, como também o sistema de reporte.
“Como se sabe, na semana passada foi realizado um encontro metodológico do sector empresarial público, durante o qual o IGAPE apresentou a metodologia e calendário de reporte para este ano”, disse.
Sustentou que as contas da Endiama estão melhor em relação aos anos passados, pois foram resolvidas todas as reservas da auditoria, existindo algumas que são naturais do processo normal da actividade, sabendo que a diamantífera tem múltiplas actividades, algumas zonas cinzentas entre actividades de prospecção ou concessão que passaram para outra agência, a uma necessidade de alinhar a forma de transição destas contas.
“O mais certo é que está tudo alinhado para o fecho de contas. A Endiama está muito avançada, penso que pode ser uma das primeiras empresas a prestar contas este ano e a cumprir o prazo, o que vai ser diferente em relação aos anos anteriores”, sustentou o responsável.
Fonte: JA