O presidente do Conselho de Administração da empresa petrolífera privada angolana Etu Energias, Edson dos Santos, anunciou na última sexta-feira, dia 12, em Luanda, que a instituição registou em 2023 resultados líquidos de 140,8 milhões de dólares, representando um aumento de 83% em relação ao ano anterior.
Edson dos Santos, apontado como testa-de-ferro do antigo vice-presidente da República, Manuel Domingos Vicente, destacou que 2023 foi o melhor ano na história da empresa, anteriormente conhecida como Somoil, que opera há 24 anos no mercado nacional. Ele salientou o aumento contínuo da produção, atingindo uma média diária de 13 mil barris de petróleo no ano passado.
Em 2023, foi registado um aumento dos custos operacionais em 12 por cento, maioritariamente nos blocos não operados, mas também a redução dos custos de produção.
Com operações em cinco blocos e um potencial de 50 mil barris diários, a Etu Energias tem igualmente participação em sete blocos e operações essencialmente no município do Soyo, província do Zaire.
Edson dos Santos frisou que 2023 foi o ano de maior facturação da empresa, com o registo de 210 milhões de dólares contra os 204,8 milhões de dólares, em 2022.
O presidente da Etu Energias realçou que influenciaram nos resultados as aquisições de 20 por cento de participação da Total há dois anos, frisando o contributo de 73 milhões de dólares.
Para este ano, a perspectiva de produção está em torno de 24 mil barris de petróleo diários, com os novos investimentos, entre os quais os três blocos petrolíferos anteriormente detidos pela Galp Energia, nomeadamente no Bloco 32, Bloco 14 e Bloco 14K, no offshore de Angola.
“Hoje falamos de diversificação, de distribuição, de energias renováveis, mas a exploração e produção de petróleo ainda representa mais de 90 por cento das nossas receitas”, vincou.
No sector da distribuição, a empresa conta actualmente com três postos de abastecimento, que pretende estender para 40 nos próximos quatro anos em todo o país, com aposta também na energia fotovoltaica, prevendo uma produção até um megawatt para fornecimento de três campos de produção.
De acordo com Edson dos Santos, a empresa tem recorrido a “muito financiamento” internacional, destacando a importância da transparência nesse sentido.
Edson dos Santos frisou que a banca nacional é mais propensa a financiar projectos de capital menor, destacando que para a aquisição das participações da Galp contou com apoio de dois bancos locais.
“Os financiamentos internacionais na Etu Energias passam um bocadinho acima dos 500 milhões de dólares e são eles que nos têm apoiado nesta viagem de expansão de negócios, através da aquisição de activos em Angola”, referiu.
Relativamente à intenção de entrada em bolsa, Edson dos Santos frisou que o processo decorre, começando por melhorar a transparência, frisando a mudança para um auditor internacional, a Ernest & Young.
Por sua vez, o administrador Fernando Hermes salientou que a empresa está num processo de “saneamento”, adiantando que o auditor apresentou um conjunto de reservas, “e não se vai a uma bolsa com essa situação, por causa da percepção do investidor”.
“A empresa optou a sua política contabilística pelo normativo internacional IFRS [Financial Reporting Standards] como seu standard, isso traz um outro desafio e promove a transparência”, sublinhou.
Fonte: Imparcial press