Em nota verbal datada de 27 de Maio, dirigida às 15 embaixadas africanas acreditadas em Portugal, a embaixadora de Angola na Tuga, Maria de Jesus Ferreira, acusa a jornalista e socióloga Luzia Moniz de “activismo contra a mais Alta Magistratura e o Governo de Angola”. A diplomata informou ainda que o País não participaria na cerimónia oficial de celebração do Dia de África (realizada no dia 29), justificando essa decisão por ter constatado que a articulista do NJ se mantinha na lista de convidados para a referida comemoração.
Fontes da imprensa na capital portuguesa, Lisboa, garantem que a maior parte dos embaixadores do chamado “Grupo Africano” ficou perplexo e indignado com esta atitude inédita da embaixadora de Angola em Portugal. Na nota verbal a que à imprensa teve acesso, a diplomata referiu, já na reunião preparatória da celebração do Dia de África, realizada na Embaixada da República da Guiné Equatorial a 20 de Março último, “que nos opusemos à inclusão na lista de convidados a Dra. Luzia Moniz, cidadã luso-angolana que faz activismo contra a Mais Alta magistratura e Governo da República, legitimamente eleito” e que “cujos artigos são públicos”, aqui numa referência aos artigos que a jornalista Luzia Moniz escreve quinzenalmente no NJ desde Março de 2020, no espaço intitulado “Tunda Um Njila”.
Maria de Jesus Ferreira realça ainda que, ao permitirem a presença de Luzia Moniz na cerimónia oficial de celebração do Dia de África, as embaixadas do grupo africano acreditadas em Portugal estariam a violar o “princípio de promoção da Unidade, Solidariedade e Coesão entre os Estados, previsto no Acto Constitutivo da União Africana”. Na prática, a diplomata colocou os seus colegas do grupo africano entre a “espada e a parede” e deu-lhes a escolher entre o Estado angolano ou a cidadã Luzia Moniz, deixando-os sem alternativas.
O NJ sabe que esta decisão da Embaixada de Angola resulta do facto de as embaixadas do grupo africano não terem cedido aos anseios, caprichos e pretensões de Luanda. Assim sendo, a embaixadora não marcou presença no encontro, nem se fez representar, tal como já havia manifestado na referida nota verbal.
Fonte: NJ