Embaixador sul-africano expulso dos EUA é recebido como herói

Ebrahim Rasool, embaixador da África do Sul nos Estados Unidos da América (EUA), regressou à Cidade do Cabo no passado domingo (23.03), onde foi recebido de forma calorosa por populares. Rasool, que foi expulso dos EUA e declarado persona non grata pela administração do Presidente Donald Trump, foi recebido no Aeroporto Internacional da Cidade do Cabo por centenas de apoiantes que entoavam canções.
A multidão era tão grande que foi necessária uma escolta policial.
À sua chegada, o diplomata afirmou que a “declaração de persona non grata destina-se a humilhar” os sul-africanos, mas considerou que, com a calorosa receção, usará a declaração de persona non grata como um distintivo de dignidade. “Não foi nossa escolha regressar a casa, mas regressamos sem arrependimentos”, disse Rasool à multidão e aos jornalistas, nos seus primeiros comentários desde que foi expulso.
Ao diplomata sul-africano tinha sido dado um prazo até sexta-feira para deixar os Estados Unidos, depois de ter afirmado, entre outras coisas, que o movimento “Make America Great Again” de Trump faz parte de “um instinto supremacista” nos Estados Unidos. Rasool falava num webinar organizado por um grupo de reflexão sul-africano.
O embaixador também tematizou a repressão de Trump aos programas de diversidade e equidade e as políticas de imigração.
Apesar das circunstâncias pouco convencionais que levaram à expulsão de Rasool dos Estados Unidos, o certo é que este episódio marca um novo ponto baixo nas relações entre Pretória e Washington. Porque raramente os Estados Unidos expulsam embaixadores mesmo de países considerados hostis, e muito menos de nações com as quais têm fortes relações comerciais.
Fonte: MSN