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Eleições: Presidente da UNITA recebido pelo Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa

O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, foi ontem recebido em audiência pelo Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, com a situação política no País, marcada pela disputa eleitoral onde o partido do “Galo Negro” exige uma recontagem de votos, como ponto único da conversa.

Acompanhado por Abel Chivukuvuku, candidato a Vice-Presidente nas listas da UNITA, Filomeno Vieira Lopes, e o secretário das relações internacionais da UNITA, Rafael Massanga Savimbi, Adalberto Costa Júnior, segundo uma nota de imprensa do partido, discutiu com Marcelo Rebelo de Sousa, o tema do momento que é a exigência de uma contagem dos votos através da comparação das actas síntese reunidas pela UNITA e também na posse da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Na nota não é avançada informação além do anúncio do encontro e da identificação da questão política nacional como tema do encontro, mas em pano de fundo está, agora de forma mais clara, a eventual atribuição a Marcelo Rebelo de Sousa de um papel de facilitador de um diálogo entre o MPLA e a UNITA.

Mas, sobre este encontro, numa breve declaração aos jornalistas, o Presidente português frisou, logo após a conversa com Costa Júnor, que se trata de um assunto nacional angolano, que não é um tema internacional, e deixou claro que não compete a Portugal mais que “ouvir e respeitar” não se “metendo onde não é chamado”.

Marcelo Rebelo de Sousa enfatizou ainda, embora sem se referir ao conteúdo das conversas, seja com Adalberto Costa Júnior, seja com João Lourenço, que em cima da mesa está uma “questão interna angolana” só podendo ser “resolvida pelos angolanos” e não por “intermediários internacionais, mesmo amigos”, como é o caso de Portugal.

Notou ainda que ninguém de fora deve “interferir naquilo que é de Angola” e que os estrangeiros podem apenas “assistir e acompanhar” um assunto angolano e que está ainda em processo eleitoral.

A UNITA não reconhece os resultados provisórios divulgados pela CNE na sexta-feira onde o MPLA arrecada mais de 51% dos votos e a UNITA mais de 44%, com 97,3 por cento das mesas de voto contabilizadas.

Exige, por isso, o maior partido da oposição que sejam feita uma comparação entre actas síntese, anunciando que esse procedimento deve ser supervisionado por uma entidade internacional não identificada ainda.

No entanto, também já hoje, Domingo, Costa Júnior optou por uma ligeira inflexão no discurso, apontando como horizonte, num momento em que ainda não está fechado o processo, uma alteração para cima nos mandatos obtidos pelo voto para o Parlamento e não propriamente a questão da aceitação dos resultados que vierem a ser anunciados pela CNE.

“Nós não estamos a dizer que não reconhecemos derrota, nós estamos a dizer que não reconhecemos os resultados provisórios que a CNE meteu cá fora. Nós temos provas, não temos interpretações, por actas assinadas que os resultados nos conferem mais mandatos”, disse Adalberto questionado pela televisão portuguesa RTP.

Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve reunido com o Presidente João Lourenço no Sábado, está em Luanda a propósito das cerimónias fúnebres de José Eduardo dos Santos, que hoje teve o seu funeral de Estado na capital angolana.

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