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Economia cresce 3,8% este ano mas abranda nos próximos dois anos

A economia angolana deverá crescer 3,8% este ano, de acordo com as previsões do Centro de Estudos de Investigação Científica da Universidade Católica de Angola (CEIC/UCAN), abrandando o ritmo de crescimento em 2024 e 2025 para 3,0% e 2,8%, respetivamente. A previsão de crescimento para 2023 é sustentada pela melhoria do sector petrolífero, onde se espera uma expansão de 4,9%. O sector não petrolífero cresce apenas 0,5%.

O CEIC espera também um crescimento de 4,8% no sector agrícola e 2,5% na indústria, sectores que também podem vir a abrandar no próximo ano.

Os números constam do estudo “Cenário de Crescimento Económico Angolano até 2027 e o Impacto sobre o Emprego”, apresentado, esta semana, pelo CEIC, na Universidade católica de Angola. As perspectivas foram elaboradas com base no modelo estrutural existente no centro, denominado “Moducan – modelo macroeconómico”, tendo em conta que a economia angolana é bastante aberta com rácio de exportação do PIB acima de 50%. Incluiu-se no modelo, as equações da balança de pagamento, incorporando as equações do modelo de mundell-fleming de uma pequena economia aberta.

De acordo com o director do CEIC, Alves da Rocha, as taxas de crescimento económico apresentadas no estudo não diferem muito das perspectivas do Governo e do Fundo Monetário Internacional (FMI), para o referido período. Alves da Rocha considera fundamental a descentralização dos poderes, enquanto oportunidade para que se encontre outros caais de crescimento e desenvolvimento da economia.

Na semana passada, o FMI traçou uma visão de recuperação da economia angolana “apoiada pelo aumento de preços de petróleo, melhoria na produção de petróleo e actividade resiliente não petrolífera”. Num comunicado sobre as consultas bilaterais previstas no artigo IV da organização, o FMI disse que o crescimento para este ano deverá ascender aos 3,5%.

O crescimento deverá atingir os 4% “a médio prazo” e a inflação “deverá continuar na sua via gradual de declínio atingindo o um dígito em 2024”. O FMI alerta, contudo, para os perigos de “uma queda maior do que esperado dos preços do petróleo e renovadas pressões nos preços globais de alimentação bem como condições meteorológicas adversas que tenham impacto no sector agrícola”.

Em Janeiro deste ano, o Banco Mundial reviu em baixa a previsão de crescimento de Angola para este ano, estimando uma expansão de 2,8%, menos 0,5 pontos abaixo do que estimava no relatório de Junho de 2022.

De acordo com as Previsões Económicas Globais, Angola deverá ter crescido 3,1% em 2022, tendo recuperado face aos 0,7% de 2021 e acelerado depois de 5 anos de recessão, mas verá o seu crescimento abrandar este ano. O Governo, no Orçamento Geral de Estado (OGE) para 2023, aguarda um crescimento de 3,3% justificado pelas perspectivas de crescimento do PIB petrolífero na ordem dos 2,98% (incluindo gás) e do PIB não petrolífero em cerca de 3,4%.

Fonte: AN

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