O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA), órgão responsável pela formulação da política monetária e cambial, realiza esta sexta-feira, dia 19, a sua 115.ª reunião ordinária, depois de na sessão de 21 de Novembro ter aumentado as taxas de juros, em resposta ao aumento da taxa de inflação.
Devido à forma como o BNA actuou no ano passado, especialistas esperam que não haja grandes mudanças, mas entendem que pelo facto de a taxa de inflação ter acelerado e situar-se acima da taxa de juros, é possível que o banco central aperte a política monetária para não manter taxas negativas dentro do sistema financeiro nacional.
Isto porque na última CPM, realizada no final de Novembro, o BNA decidiu aumentar a taxa de juros para 18%, devido à aceleração da taxa de inflação, provocada essencialmente pela desvalorização do kwanza, que acompanhado pela diminuição dos subsídios à gasolina, tiveram impacto sobre os preços.
O banco central não só apertou a política monetária por meio da subida da taxa básica, como também através do aumento do coeficiente de reservas obrigatórias, que subiu para 18% em moeda nacional.
No entanto, a inflação continua a fugir àquilo que é a função do banco central, já que em Dezembro a taxa de inflação acumulada situou-se em 20,01%, mesmo depois de Banco Nacional de Angola (que tem como missão principal garantir a estabilidade de preços, de forma a assegurar a preservação do valor da moeda nacional, assim como a estabilidade do sistema financeiro) ter revisto a sua meta duas vezes, quando inicialmente previa uma taxa de inflação num intervalo entre 9% e 11%.
O primeiro reajuste foi feito em Junho para uma meta de inflação num intervalo entre 12% e 14%. E a segunda, em Novembro, quando aguardava por uma taxa de 19,5%. Ainda assim, todas as metas foram furadas.
Fonte: Expansão