O País deverá, no fim deste mês, passar a presidência da CPLP a São Tomé e Príncipe, depois de liderar a comunidade por dois anos. Oliveira Econge, representante permanente de Angola junto do organismo lusófono, faz balanço positivo do referido mandato, toma a “inclusão da cooperação económica” como o “grande marco” da presidência e aponta a «mobilidade» como o objectivo que ficou por se concluir.
Termina já neste mês (Agosto) o mandato de Angola na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Oliveira Econge, embaixador e representante permanente de Angola junto da comunidade na sua sede, em Lisboa, faz um balanço positivo e sublinha que, pela praticidade do organismo, parte do que ficou por fazer terá continuidade no mandato, igualmente de dois anos, da República Democrática de São Tomé e Príncipe, que se inicia precisamente no dia 27.
O País assumiu a presidência rotativa da CPLP para o biénio 2021-2023, na XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo, e, ao tomar posse como presidente em exercício, identificou 10 prioridades para o mandato, entre as quais o “Incremento das Trocas Comerciais” e o “Alinhamento dos Pilares da Cooperação Económica e do Desenvolvimento, que, de acordo com Oliveira Econge, foram o grande marco da presidência angolana.
“(…) O nosso País abriu o caminho para novos horizontes na CPLP, consubstanciado na inclusão da Cooperação Económica, enquanto 4.º objectivo-geral dos Estatutos da CPLP. Esse foi, sem sombra para dúvidas, o grande marco da nossa presidência, por estabelecer o desenvolvimento da cooperação económica e empresarial na CPLP”, destaca o embaixador angolano.
Como primeiros passos para o cumprimento do objectivo de aproximação económica dentro da comunidade lusófona, Angola desdobrou-se na realização de diversos eventos, como a 1.ª Reunião Conjunta de Ministros da Economia, Comércio e Finanças da CPLP, que, em Abril de 2022, aprovou a conhecida “Agenda Estratégica para a Consolidação da Cooperação Económica 2022-2027 na CPLP”, para além de se ter instituído, por iniciativa de Luanda, o “Fórum das Agências de Promoção do Comércio e do Investimento da Comunidade”.
Troca comercial no bloco lusófono
O País, como proponente da estratégia da melhoria do fluxo comercial dentro da comunidade, passou, desde 2021, a aumentar o comércio com os outros Estados lusófonos. Por exemplo, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, conforme leitura do Expansão numa matéria publicada a 09 de Maio deste ano, as exportações angolanas para os restantes países da CPLP cresceram 465,9% em 2022, face a 2021, passando de 252,2 milhões USD para 1.427,3 milhões, enquanto as importações registaram um aumento de 35,1%, ao passar de 1.940,9 milhões USD para 2.622,0 milhões.
Contas feitas, no geral, as trocas comerciais angolanas, em 2022, com os restantes membros da CPLP, subiram 84,6% para 4.049,3 milhões USD, comparativamente ao mesmo período do ano anterior.
Fonte: NJ