
A comissão interministerial para o combate ao contrabando de combustível no País apresentou esta terça feira, na província do Zaire, os resultados dos 14 meses de trabalho e assegurou que foram apreendidos mais de seis milhões de litros de combustíveis em todo o território nacional e que 180 meios diversos foram apreendidos a favor do Estado.
Segundo o ministro de Estado e Chefe da Casa Militar da Presidência da República, Francisco Pereira Furtado, o contrabando de combustível de Angola para os países vizinhos baixou em 70%, em todo o País.
A comissão considera positivo o trabalho realizado até agora em várias províncias, com destaque para o Zaire, Cabinda, Cuando, Moxico Leste e Cubango.
O ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do PR assegurou que a nível das províncias de Luanda e do Bengo foram desactivados, neste período, grandes depósitos clandestinos de combustível destinado ao contrabando para a República Democrática do Congo (RDC).
A comissão realça que os órgãos de defesa e segurança, com destaque para a Polícia Nacional, o SIC, a Polícia de Guarda Fronteira e a Marinha de Guerra, têm feito um trabalho árduo.
Francisco Pereira Furtado, assegura que foram apreendidos no Zaire 106 viaturas diversas, 34 embarcações e 40 motorizadas, entregues ao governo provincial desta província.
Francisco Furtado elogiou os delegados provinciais do Ministério do Interior, os comandantes militares das Forças Armadas Angolanas e os comandantes das unidades policiais localizadas nas províncias fronteiriças, pelo engajamento no combate ao contrabando de combustível.
“Para muitos, este fenómeno era considerado uma actividade normal de obtenção de lucros fáceis, delapidando a economia nacional e os bens públicos”, disse.
Entretanto, Adriano Mendes de Carvalho, governador do Zaire, enalteceu os esforços empreendidos por diversos órgãos do Estado no combate ao contrabando de combustível na província que dirige e reiterou o compromisso do governo local em continuar a colaborar com a comissão interministerial e outras instituições do Estado no combate ao contrabando de combustível.
Porém, durante apresentação dos resultados dos 14 meses de trabalho, o ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do PR, Francisco Pereira Furtado, não avançou nomes dos oficiais generais das FAA, comissários da PN, e governantes, que disse, no ano passado, fazerem parte da rede de contrabando no país, nomes esses que a sociedade quer ver divulgados.
Entretanto, a PGR ainda não tem provas para acusar generais, comissários e governantes envolvidos no contrabando de combustível, como assegurou o ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do PR em 2024.
Segundo a PGR, ainda não há provas suficientes para acusar figuras de alto escalão do Estado envolvidas no esquema de contrabando de combustível, conforme a acusação feita pela Casa Militar do Presidente da República.
As investigações, que começaram após a denúncia, em Setembro do ano passado, ainda não encontraram material que incrimine directamente os generais e governantes mencionados, como noticiou o Novo Jornal em Fevereiro último.
Segundo a PGR, o problema reside na falta de colaboração por parte dos detidos, que não têm apresentado provas que possam levar à identificação dos principais responsáveis da rede.
Fonte: NJ