
Angola vai mesmo gastar dinheiro em bandeiras da República para a festa de 50 anos de Independência Nacional, mas não 20 milhões de dólares, um valor que o ministro da Administração do Território, Dionísio Manuel da Fonseca, considera agora fora de possibilidades do Executivo para esse fim. Apesar de ter garantido que “está tudo” no Plano de Contratação Anual, o titular do MAT não revela estimativas sobre as bandeiras necessárias para celebrações da Dipanda. Números dariam aos angolanos valores aproximados dos encargos com um importante símbolo nacional, para esta ou aquela tipologia.
O governante adiantou nesta quinta-feira, em Benguela, que o levantamento feito forneceu custos por cada unidade das várias tipologias, mas contornou a questão relativa à quantidade necessária para a celebração do dia 11 de Novembro de 2025.
No início de uma jornada de trabalho, teceu tais considerações quando confrontado com o facto de o ministro de Estado para Coordenação Económica, José de Lima Massano, não ter contestado os valores avançados em primeira-mão pelo NJ após consulta ao Plano Anual de Contratação.
Sem qualquer referência a valores, o chefe da equipa económica do Executivo angolano preferiu, isto sim, analisar o assunto na perspectiva da importação ou produção das bandeiras no País.
Agora, ao sublinhar que “Angola não vai à China comprar bandeiras”, Dionísio da Fonseca informou que os levantamentos foram feitos junto de empresas nacionais, assinalando que as informações recolhidas fazem parte do Plano Anual de Contratação.
“Não é verdade que o Estado angolano vá gastar 20 milhões de dólares em bandeiras, não existem condições”, disse o ministro, antes de ter explicado que uma bandeira interior fica entre 70 mil e 120 mil Kwanzas, ao passo que a exterior custa entre 35 mil e 70 mil Kwanzas.
As outras tipologias são a fúnebre e aquela que é usada nas viaturas, com preços que, à semelhança das duas primeiras, dependem da dimensão e da qualidade do tecido.
“Mas, como devem perceber, um plano é só uma perspectiva, a sua implementação depende sempre da disponibilidade financeira”, vincou.
O ministro da Administração do Território admitiu que a celeuma possa ter como pano de fundo a diferença entre o projectado e a prática, algo que se verificou antes das explicações do ministro de Estado para a Coordenação Económica, que vê inúmeras vantagens na produção de bandeiras a nível local.
O titular do MAT aproveitou a ocasião para esclarecer que as várias solicitações de bandeiras da República, apresentadas por organismos públicos e privados, determinaram a consulta ao mercado nacional, basicamente para recolha dos custos e necessidades.
“Há instituições com bandeiras hasteadas em péssimas condições, por isso queremos alterar o quadro para uma celebração com júbilo, mas também por ser a nossa missão”, frisou.
Dionísio da Fonseca deu a conhecer que não haverá adjudicação directa e realçou, partindo da existência de vários operadores no mercado, que o seu pelouro vai endereçar cartas-convite (concurso limitado) a um determinado número de empresas angolanas.
Fonte: NJ