
Corredor do Lobito, que era visto como um dos destaques da Iniciativa Cinturão e Rota do governo chinês, em África, deixou de fazer parte da lista de projectos da iniciativa e tudo porque as autoridades chinesas acreditam que o concurso público que culminou com a escolha do gestor do terminal “foi viciado”.
Fonte chinesa familiar ao processo explica que, ao financiar o projecto de reabilitação do Caminho-de-Ferro de Benguela, a China estava expectante que fosse participar da gestão, tendo constituído um consórcio que participou do concurso formado pelas empresas CITIC, Sinotrans e CR20, esta última que foi, de resto, a construtora do projecto. O consórcio foi um dos dois finalistas, mas perdeu para o consórcio formado pela Mota Engil, Trafigura e a Vecturis.
O processo, entretanto, não terá convencido os chineses, segundo a fonte. Ainda assim, nunca se manifestaram sobre o processo do Caminho-de-Ferro de Benguela, mas um outro ‘incidente’ comercial acabou por expor o descontentamento chinês. Um outro consórcio formado por empresas chinesas abandou a gestão do Porto do Lobito, depois de ter ganho o concurso público.
“A China não coloca no contrato de financiamento qualquer clausula a exigir a gestão dos projectos, mas espera que não haja interferência política. Se existir, retira-se automaticamente e foi o que aconteceu”, explica.
Em relação ao Novo Aeroporto Internacional, a fonte chinesa explica que, dependendo de como decorrer o concurso para a gestão da infra-estutura, o projecto também pode ser riscado da Iniciativa Cinturão e Rota. Dois consórcios, um dos quais formado por empresas chinesas, foram anunciados, em Julho do ano passado, como finalistas do concurso para a gestão da infra-estrutura aeroportuária e aguarda-se pelo resultado.
Fonte: VE