
Na tarde de quinta feira um jovem “Renato” recorreu as redes sociais pelo mal atendimento e abandono de seu pai que estava como paciente no hospital geral de luanda e o caso gerou revolta sobre a falta de empatia e profissionalismo dos funcionários do mesmo, em publicação feita.
Boa Noite Família, venho por este meio vos mostrar uma realidade muito triste, algo que acontece nesse país, nos nossos hospitais, algo que as televisões não mostram, algo que o Governo De Luanda oculta.
Meu pai deu entradada ontem no hospital Geral De Luanda, saiu de casa muito mal mesmo e ficou internado em estado muito grave, Quarta feira passamos lá a noite, quando eram 5h, entramos lá novamente para lhe dar banhos e trocar a fralda e depois decidimos ir em casa, achando que está tudo bem, quando voltamos para lá na hora da visita nos deparamos com essa situação, o meu pai estava sendo mal tratado e sem cuidados, ninguém estava lá a lhe observar desde as 6h que fomos em casa até as 15h quando voltamos para lá novamente, o meu pai foi muito abandonado, nenhum médico sabia nos explicar como ele esteve durante a horas passadas, pedimos para falar com o chefe do corredor aonde ele está, os seguranças vieram interferir e nos tiraram fora, dizendo que para falar com o chefe do corredor tem que marcar audiência, que hospital é esse? E se verem bem o meu pai está em uma sala sozinho, respirando com a ajuda da máquina de oxigénio, nas sondas e tudo.
Mas ainda assim não tinha ninguém a lhe observar, a sala aonde ele está é muito muito fria, e olhem aonde lhe puseram, em uma maca, sem nada por baixo, sem lençóis, saimos de lá deixamos lençóis e quando voltamos já não encontramos nenhum lençol nem nada.
Perguntamos se podemos trazer lençóis ou alguma coisa, não estavam a conseguir nos responder nada, nos disseram saem fora, a hora da visita terminou, mas o nosso paciência está sendo mal tratado, eles nos dizem isso? O nome nem está registrado, nem nada, encontramos uma doutora que não sabia que existe um paciente aí com nome de Domingos.
Reclamamos e sem sucesso, nos mandaram sair, os seguranças a dizerem podem se queixar aonde quiserem, nós já não sabiamos que fazer, pacientes aqui perdem, se morrem não avisam nas famílias, pessoas choram todos os dias.
Na quinta-feira após o ocorrido, postámos vídeos e relatos nas redes sociais, denunciando a situação grave em que o meu pai se encontrava. As imagens foram muito partilhadas, gerando indignação e revolta entre centenas de pessoas.
Infelizmente, na sexta-feira, o meu pai acabou por falecer — vítima da negligência e do abandono. Nem os nossos apelos públicos foram capazes de garantir o mínimo de humanidade e dignidade.
Este é o retrato de muitos hospitais públicos em Angola: pacientes abandonados, famílias desesperadas, vidas que se perdem por falta de cuidado. O que o Governo e os canais oficiais escondem, o povo denuncia.