O bairro Riceno, na vila de Caxito, no município do Dande, província do Bengo, foi tomado de assalto por bandos de menores. Os moradores queixam-se do crescendo de criminalidade naquela região e dizem que os marginais, na sua maioria adolescentes, fazem o que bem entendem e a qualquer hora do dia. A falta de reacção da Polícia Nacional (PN) preocupa os residentes do Riceno, mas a PN diz que a situação está controlada.
Os moradores queixam-se de agressões físicas à luz do dia e dizem que nem as pessoas mais velhas são poupadas.
Segundo os moradores, no fim-de-semana, uma família foi agredida pelos marginais, que, apesar de terem sido detidos, foram postos em liberdades horas depois e continuam a tirar o sono aos munícipes, que têm igualmente assistido ao aumento de lutas entre “gangues” com grande preocupação.
A polícia diz que as acções de perturbação são praticados por menores de 12 a 14 anos, mas que já trabalha na sensibilização dos jovens, visto que à luz da Lei não lhes pode ser imputada responsabilidade criminal.
Joaquim Adão, um dos moradores que viu a sua família agredida em frente ao coordenador do bairro, disse à imprensa que “a situação está insuportável e as pessoas não estão em paz”.
Um outro morador, por sinal funcionário do Governo Provincial do Bengo, que preferiu não ser identificado, contou que nos últimos dias os adolescentes tomaram conta do bairro e estão a fazer tudo o que querem sob a indiferença da Polícia Nacional.
Segundo os moradores, no bairro existe uma ponte improvisada que faz ligação ao mercado do “Kawango”. Aí, contam, “os marginais aterrorizam os transeuntes”.
“A situação é tão arrepiante que nem as idosas que fazem recolha de garrafas plásticas são poupadas pelos adolescentes”, descrevem.
Infelizmente, continuam, “todos no bairro conhecem situações arrepiantes, mas ninguém consegue fazer nada”.
Os moradores contaram à imprensa que uma família foi agredida violentamente com paus, garrafas, pedras e catanas diante do coordenador do bairro, e que houve feridos, mas “infelizmente ninguém fez nada para punir os prevaricadores”.
“Um dos jovens que feriu a minha família tem um irmão menor que em tempos matou um menino em Caxito, e foi solto dias depois”, contou o chefe da família agredida, que também preferiu não ser identificado.
Segundo os moradores do bairro Riceno, na vila de Caxito, os marginais invadem residências, preferencialmente de estudantes provenientes da província de Luanda que aos fins-de-semana regressam à capital para visitarem as famílias.
Conforme os munícipes, os jovens fazem uso excessivo de drogas em plena luz do dia e em frente às pessoas do bairro, sem temor das autoridades.
Sobre este assunto, à imprensa contactou o porta-voz do comando provincial da PN no Bengo, superintendente Paulo Miranda de Sousa, que assegurou que a situação já esteve pior, mas agora está controlada.
Paulo Miranda de Sousa confirmou que a PN regista com alguma preocupação várias lutas de “gangues” naquela região mas integrados por menores.
“Já estivemos pior, mas agora a situação está sob controlo e estamos a trabalhar com várias associações na sensibilização dos menores”, contou o porta-voz, minimizando a situação.
Fonte: NJ