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Bancos “violam” regra que prevê transferências ao fim-de-semana

Dois meses depois de o Banco Nacional de Angola (BNA) ordenar que as transferências de contas de bancos diferentes realizadas à sexta-feira passassem a ser concretizadas também ao fim-de-semana, vários bancos continuam a “desvalorizar” a medida, arrastando para segunda-feira todas as compensações aos respetivos beneficiários, soube à imprensa através de denúncias de clientes confirmadas por técnicos de operações de três grandes bancos.

De acordo com as fontes, alguns bancos da praça continuam a atrasar as operações por várias razões, em que sobressai o facto de alguns bancos ainda não estarem preparados, em termos de recursos humanos, nem mesmo para cumprir a medida do BNA prevista no Aviso n.º16/2022, sobre o Mecanismo de Assistência de Liquidez no Sistema de Pagamentos em Tempo Real.

À imprensa, clientes de alguns dos maiores bancos instalados no País, manifestaram-se preocupados com o facto de, após uma transferência realizada no último dia útil da semana, sexta-feira, os valores não terem entrado nas contas beneficiárias no dia imediatamente a seguir, sábado, e apenas na segunda-feira deram entrada. Isto contraria o Aviso do banco central que antecipou, a 1 Outubro, o fim desses atrasos nas transferências de contas de bancos diferentes.

O Expansão também percebeu que não se trata de apenas um ou dois bancos, mas de um comportamento transversal cujas queixas dos clientes se direccionam a diversas entidades bancárias. O Expansão questionou os bancos onde essas operações tiveram origens para aferir o que esteve na base dessa falha, mas não obteve respostas até ao fecho de edição, pelo que se percebe que é um tema ainda sem uma justificação lógica. “Alguns bancos não estão a cumprir a medida por falta de pessoal técnico para afectação aos finais de semana na sala de operações”, disse um funcionário sénior de um banco.

Por sua vez, uma fonte da administração de um dos maiores bancos explicou à imprensa que “parte do problema poderá ser o facto de boa parte dos bancos ainda não se terem adaptado à norma, já que esse mecanismo de assistência de liquidez depende dos fundos que os bancos têm na conta de garantia para essas operações”.

“Quando um banco não tiver dinheiro na conta, o banco central cobre, mas, depois este banco paga sob forma de empréstimos que deverão ser pagos à taxa da facilidade de cedência de liquidez. Alguns bancos ainda não interiorizam isso”, acrescenta.

Por sua vez, à imprensa, o vice-governador do BNA Rui Minguês garantiu não ter chegado ainda ao conhecimento do regulador falhas do também designado serviço SPTR 24/7. “Nós, neste momento, não temos essa notícia. Ficaremos muito agradecidos se nos puderem comunicar quando elas ocorrem. Mas vamos verificar o que é que se está a passar (…)”, garantiu o responsável.

Sem este passo, torna-se difícil resolver esta questão.

Fonte: Expansão

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