Assembleia Nacional de Angola recomenda ao Governo que o aumento dos preços dos transportes públicos seja feito de forma progressiva “se possível”, e acompanhado de melhor comunicação aos utentes por parte do setor.
A recomendação foi feita ao ministro dos Transportes angolano, Ricardo de Abreu, durante a audição parlamentar sobre o setor, realizada na quinta-feira, tendo sido abordado o tema do recente aumento do preço dos autocarros públicos.
“O preço dos transportes urbanos tem causado muita reclamação da população, por isso foi recomendado que o setor se comunique melhor”, disse o vice-presidente da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, João Mpilamosi, em declarações à imprensa, no final da audição, de mais de cinco horas. “E que de facto a aplicação, a alteração, dos preços seja antecipada de uma comunicação prévia e, se for possível, que se faça de forma progressiva, para não afetar de alguma forma o bolso dos cidadãos”, indicou.
Por sua vez, o ministro Ricardo de Abreu reafirmou, em declarações à imprensa, que o aumento do preço dos autocarros públicos deveu-se à decisão do Executivo de corrigir alguns preços na economia, particularmente o dos combustíveis. O preço dos autocarros públicos passou dos anteriores 50 kwanzas (0,05 euros) para 150 kwanzas (0,16 euros), o que gerou entre os utentes alguma insatisfação, sobretudo da classe estudantil.
Segundo o ministro, o custo com combustíveis é um fator fundamental para garantir o funcionamento dos autocarros, pelo que “o ajuste nos transportes públicos acaba por vir nessa sequência, para garantir a sustentabilidade da atividade dos transportes públicos”. “A tarifa existente, na altura, era uma tarifa bastante reduzida, 50 kwanzas por viagem, e precisávamos de a corrigir, porque já não era corrigida há pelo menos dez anos”, afirmou.
Fonte: DW/AN