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Angola reforça acções de combate ao VIH/Sida 

O Ministério da Saúde (MINSA) vai reforçar as acções de controlo do vírus da Sida, para atingir três vezes 95 por cento das metas do Plano Nacional Estratégico, orientado pela ONUSIDA, anunciou, esta segunda-feira, em Luanda, a directora do Instituto de Luta Contra a Sida (INLS).  

Lúcia Furtado referiu que, no quadro do VI Plano Nacional Estratégico 2019-2022, relacionado com o combate ao VIH/Sida, hepatites virais e outras infecções de transmissão sexual, Angola esteve longe de atingir as referidas metas no que diz respeito ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento rigoroso.  

A directora do INLS, durante a abertura do balanço do referido plano, que acontece até quinta-feira, em Luanda, avançou que o MINSA está a envidar esforços para que, na próxima avaliação da ONUSIDA, o país tenha 95% da população consciente do seu estado serológico, 95% de todos os casos positivos em tratamento com retrovirais e 95% desses pacientes seguidos de forma rigorosa.  

Por isso, segundo a médica Lúcia Furtado, o INLS dá prioridade à expansão da oferta dos serviços de controlo da carga viral a todas as pessoas que fazem tratamento com anti-retrovirais nos 164 municípios do país.  

Enquanto isso, a directora revelou que os níveis de conhecimento no seio da população, no que toca ao seu estado serológico, é de 57%, que considerou ainda longe da meta preconizada de 95%, tendo em conta o VI Plano Nacional Estratégico Nacional 2019-2022.  

No que diz respeito ao tratamento, Lúcia Furtado avançou que o país atingiu apenas 41% dos 95% pretendidos. Sobre a carga viral, disse que “não se conseguiu medir este indicador, porque os dados apresentados não representam 50% das pessoas que vêm aos serviços”.  

A directora salientou que as províncias localizadas a Norte do país enviam as amostras para o laboratório do INLS, as do Centro e Sul encaminham ao Laboratório Regional de Biologia Molecular, situado em Benguela, enquanto as do Leste e o Cuando Cubango têm disponíveis cada um aparelho, denominado “m.PIMA” (uma plataforma de teste de ácido nucleico totalmente automatizada, que combina a exactidão do teste molecular a um tempo de resposta curta, permitindo decisões de tratamento e consultas a pacientes no mesmo dia), que é adaptável a essas situações.  

Suporte isolado de financiamento  

Lúcia Furtado revelou que o Plano Estratégico Nacional 2019-2022 tinha uma estimativa de financiamento anual de mais de 100 milhões de dólares, que abrangeriam as componentes prevenção, tratamento, diagnóstico e pesquisas.  

A directora avançou que surgiram muitas lacunas, por falta de verbas, uma vez que nos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Angola é o único a financiar sozinho mais de 95% o programa de combate ao VIH/Sida.  

“Não temos qualquer financiador. Mas, outros países, como Namíbia e Zimbabwe, recebem financiamento externo para combaterem o VIH/Sida”, lamentou Lúcia Furtado.  

Essa situação, disse a directora do INLS, prejudica Angola, porque, de acordo com as regras, os dois grandes factores que definem os financiamentos são a prevalência do país ser abaixo de 2% e a sua classificação  em termos económicos.  

“E, nós, estamos dentro disso, mas, infelizmente, não temos financiamento externo”, lamentou Lúcia Furtado.  

Fonte: JA

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