
Em Angola, o activista Osvaldo Caholo protesta, com greve de fome, contra a manutenção da sua situação carceral por mais dois meses, depois de já ter cumprido os três meses de prisão preventiva na cadeia de Calomboloca, na província de Icolo e Bengo.
A defesa mostra-se surpresa com a prorrogação da prisão preventiva, por não ter sido notificada, e acusa a justiça de querer colocar o jovem sob tortura psicológica.
Elsa Caholo, irmã do antigo militar das Forças Armadas Angolanas, Osvaldo Caholo, disse à RFI que o activista não quer comer há mais de uma semana, devido a maus-tratos na cadeia e, sobretudo, pelo facto de a justiça prorrogar a pena por mais dois meses, apesar de ter cumprido os 90 dias de prisão preventiva.
“Os motivos da greve de fome são a prorrogação de mais dois meses da prisão preventiva. Ele diz que se o crime dele é público, se é crime, então ele que o condenem, e não vê a necessidade de prorrogar a prisão preventiva por mais dois meses. E o outro motivo é maus-tratos na cadeia“, confidenciou a Elsa Caholo.
Em reacção, o advogado do activista, Simão Afonso, revela que a defesa não foi notificada sobre a medida, afirmando existir a intenção do juiz em colocar o Osvaldo Caholo sob tortura psicológica.
“Nós estamos aqui a tentar marcar a audiência com o procurador, para então termos acesso aos fundamentos que o despacho do Juiz de Garantia apresenta. Portanto, é este órgão que nos deve notificar. Não temos acesso aos fundamentos que o juiz apresenta. Há aqui uma intenção premeditada de colocar o Osvaldo sob tortura psicológica e é uma situação que ele já tem estado a viver em sede lá da penitenciária de Calomboloca”, desabafou o causídico.
Fonte: RFI



