Cento e vinte e nove mil turistas entraram no país em 2022, depois de um interregno em 2020 e 2021, fruto da pandemia Covid-19 que assolou o mundo. Este ano, de acordo com projecções do Instituto Nacional de Fomento Turistíco (INFOTUR), há a previsão de entrada de 200 mil turistas.
Antes da pandemia, o país recebia em média 217 mil turistas, a maioria do continente Europeu. Em declarações à imprensa, a propósito da visita de 60 turistas afro-descendentes à comuna de Massangano, município de Cambambe, província do Cuanza Norte, o director do INFOTUR, Afonso VITA, informou que a instituição está a trabalhar na reabilitação dos monumentos históricos.
Segundo o responsável, o trabalho começou com a reabilitação do Miradouro da Lua, em Luanda, actualmente o recurso turístico do país mais visitado, com mais de cinco mil visitas/mês, contribuindo para as receitas do Estado. A reabilitação desta infra-estrutura permitiu a instalação de equipamentos de apoio como observatório turístico, posto de informação turística, casas de banho, entre outros.
Asseverou que a par do Mira- douro da Lua, Massangano precisa de ser restaurado, com a instalação de outras infra-estruturas como restaurantes, estradas em condições, balneários e outras. Afonso Vita considerou Massangano o marco mais alto na história do país e uma referência no tráfico de escravos de Angola. A reabilitação dos sítios e monumentos históricos, esclareceu, visa também o desenvolvimento das comunidades locais.
A turistificação desses espaços, precisou, visa ainda acrescentar valor a essas infra-estruturas, adiantando que a história sempre existiu e que sem a vertente turística quase que não exercem nenhum impacto na vida dos cidadãos. “Nós combinamos o patrinómio história, cultura e turismo para ganhar valor. E os habitantes que vivem nos arredores desses locais sentem o impacto da existência dessas infra-estruturas”, precisou.
Apontou a existência de muitos pontos turísticos no país não explorados, com realce para as Quedas de Calandula, Pedras Negras de Pungu-a-Ndongo, Reserva Natural Integral do Luando e o Parque Nacional da Cangandala, onde se pode encontrar a Palanca Negra Gigante, o Corredor do Kwanza, onde esta Massangano, o deserto do Namibe, as Colinas do Curoca, Miradouro da Lua, Fenda da Tunda Vala, Cristo Rei, Baía Azul, Floresta do Maiombe e a cidade de Mbanza Congo, património da humanidade.
A visita dos turistas à Massangano foi acompanhada pela vice- governadora provincial do Cuanza Norte para o sector Económico, Político e Social e pelo administrador municipal de Cambambe, Adão Malungo A comitiva composta por 60 afro-americanos visitou às províncias de Luanda, Malanje e Cuanza Norte, através do roteiro “Angola Heritage Tour”.
A acção, promovida pela família Tucker, é coordenada pelo Ministério da Cultura e Turismo, através do Instituto de Fomento Turístico de Angola (INFOTUR) e pelo Ministério das Relações Exteriores. Os Tucker visitaram, pela primeira vez, Angola, em Setembro de 2022, na sequência de um encontro com o Presidente da República, João Lourenço, em Washington DC.
A família é detentora da William Tucker 1624 Society, que realiza pesquisas sobre a vida de William Tucker e seus descendentes escravos saídos de Angola e que chegaram, por mar, à América do Norte, há mais de 400 anos.
Fonte: OPÁIS/AN
