
O Relatório de Migração e Asilo 2024, produzido pela AIMA, revela os números oficiais da imigração em Portugal, e por coincidência, acabou por ser divulgado no dia em que o Presidente da República promulgou a chamada Lei de Estrangeiros. Agora, é oficial: Portugal tem 1,544 milhões de imigrantes em Portugal com Autorização de Residência.
Quem são
A população estrangeira residente inclui quem tem título de residência válido, processo de regularização em curso ou autorizações emitidas por regimes específicos. No fim de 2024, 1.096.170 tinham título válido, 61.242 estavam ao abrigo de Proteção Temporária, 286.302 corresponderam a atendimentos de Manifestações de Interesse pendentes e havia ainda renovações com título caducado já pagas e regularizações CPLP caducadas já atendidas.
Perfil etário. A população potencialmente ativa representa 85,5% dos estrangeiros residentes, com destaque para os 18–34 anos (640.914). As crianças e jovens 0–17 são 8,2% e os 65+ somam 6,3%. (O relatório da AIMA não desagrega os níveis de escolaridade.)
De onde vêm
O Brasil mantém-se como a maior comunidade (31,4% do total), e a Índia passou a ser a segunda nacionalidade mais representada. Em termos de blocos, os maiores crescimentos recentes incidiram na CPLP, no subcontinente indiano e na Europa.
Principais nacionalidades (residentes):
Brasil — 484.596
Índia — 98.616
Angola — 92.348
Ucrânia — 79.232
Cabo Verde — 65.507
Bangladesh — 55.199
Itália — 40.021
China — 30.734
França — 29.009
Espanha — 22.130
Estados Unidos da América — 19.258
Onde estão
A presença é marcadamente litoral. Quatro distritos — Lisboa, Faro, Setúbal e Porto — concentram 1.100.670 residentes estrangeiros (71,3%). Por concelho, nove dos 12 com mais estrangeiros pertencem à Área Metropolitana de Lisboa, somando 614.486 pessoas (39,8%). O top‑12 é:
Lisboa — 202.430
Sintra — 96.587
Porto — 58.161
Cascais — 56.185
Amadora — 55.573
Loures — 51.834
Odivelas — 51.032
Almada — 38.237
Seixal — 34.959
Loulé — 29.578
Braga — 28.538
Oeiras — 27.649
O conceito de “Residente estrangeiro” tem um caráter administrativo alargado (títulos válidos, processos em curso, regimes especiais), mas não é um recenseamento clássico. Por outro lado, as concessões de títulos de residência medem a capacidade administrativa dos organismos do Estado, não correspondem fluxos migratórios em tempo real. Finalmente, importa notar no último relatório da AIMA uma revisão estatística elevou o total de 2023 para 1.304.833, alterando a série histórica.
Fonte: ECO