O Director do Instituto Nacional de Estatística e coordenador geral adjunto da comissão de realização do Censo 2024, José Kalenge, afirmou, recentemente, em Luanda, que o alargamento do prazo de recolha de dados censitário para mais quatro semanas não belisca a credibilidade internacional sobre o processo.
José Kalenge, que falava no Centro de Imprensa Aníbal de Melo, na última conferência de imprensa, para dar conta do ponto de situação do processo, respondia a pergunta sobre as recentes declarações do Coordenador Geral do Censo e Ministro de Estado da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, segundo as quais o processo de recolha de dados do censo não se prorrogaria, em obediência as regras internacionais e caso se fizesse, não receberia o reconhecimento devido pelas instituições internacionais.
Jose Kalenge afirmou ainda que antes da tomada de decisão de prorrogar o período de recolha, o INE reuniu-se e consultou os organismos internacionais presentes no país, dos quais obteve reconhecimento da necessidade de se alargar o prazo, tendo em conta os vários constrangimentos observados nas duas primeiras semanas do processo.
Segundo o responsável, os organismos internacionais corroboraram com a ideia, visto que é uma situação que também acontece em outros países do mundo.
Na referida conferência de imprensa, José Kalenge apresentou o quadro geral do país, tendo dito que até à data, estavam concluídos no pais 133 distritos e comunas em 12 províncias.
Na província de Luanda, capital do país, apenas o distrito do 11 de Novembro, no Cazenga estava concluído.
Entretanto, sublinhou que o prazo de mais quatro semanas não é proporcional às 18 províncias, por haver algumas que precisavam de apenas dois a quatro dias para declararem a conclusão do processo de recolha de dados para o segundo Censo Geral da População e da Habitação de Angola.
Tipos de dificuldades
A lista de dificuldades que o processo enfrentou é longa. A dificuldade no manuseio dos tablets, a perca de dados já inseridos no sistema, atravês dos referidos tablets, a acesso a determinadas zonas, bem como outros relacionados com as contas bancárias dos recenseadores constam do relatório.
Neste aspecto, o Director Geral do INE afirmou que muitos são os recenseadores que forneceram IBAN’s errados ou de terceiros.
Há ainda cidadãos que optaram do desistir do processo, depois de já ter iniciado o processo de recolha de dados, o que obrigou a sua substituição por outros, que entretanto tiveram de passar pela formação intensiva.
Lembrar que o segundo Censo Geral da População e da Habitação 2024, estava inicialmente marcado para arrancar a 19 de Agosto. Depois adiado por um mês, tendo iniciado a 19 de Setembro.
Por conta das dificuldades que o processo conheceu, foi alargado o prazo de recolha para mais um mês, devendo terminar a 19 de Novembro de 2024.
O Primeiro Censo Geral da População e da Habitação de Angola Independente realizou-se em 2014, onde ficou determinado que viviam em Angola, mais de 25 milhões de cidadãos, sendo as mulheres a maioria com 56% do total.
Fonte: CK