O Presidente da República, João Lourenço, inaugurou, ontem, o novo sistema de abastecimento de Água de Malanje a partir do rio Cuije, que vai permitir 12 mil e 600 ligações domiciliares.
O sistema de distribuição já abastecia água a 10 mil e 900 residências. Na ocasião, a directora nacional das Águas, Elsa Ramos, disse que o mesmo “vem reforçar aquilo que era a capacidade existente em Malanje.
Até ao início da construção dessa infra-estrutura de reforço do sistema, Elsa Ramos referiu que Malanje tinha apenas acesso ao sistema a partir do rio Guiné, “portanto, eram furos a partir da Guiné, hoje, a partir do rio Cuije, estamos a reforçar não só a Guiné, como também prevemos estender aquilo que é a abrangência dos clientes”.
De acordo ainda com a responsável, a partir de agora muitos bairros vão ser inseridos no sistema de abastecimento de água, até os da periferia. “Actualmente, temos uma percentagem mínima de pessoas com abastecimento de água, mas este projecto irá abranger muito mais habitantes da cidade”, explicou.
O actual sistema, ao contrário do anterior, disse, vai ser ininterrupto, ou seja, vai funcionar 24 sobre 24 horas. O sistema ora inaugurado, que custou aos cofres do Estado 31 milhões 237 mil e 861 dólares, esteve a cargo da empresa CPP.
De acordo com o director técnico da Empresa de Águas e Saneamento de Malanje, António Cassua, com o sistema actual 390 mil habitantes vão beneficiar do abastecimento de água.
Acrescentou que o sistema tem uma capacidade de 8 mil 750 metros cúbicos de armazenamento e adicionados aos 11 mil e 50 metros cúbicos do sistema antigo, totaliza, agora, 19 mil e 800 metros cúbicos de capacidade de armazenamento.
As características das condutas de água, prosseguiu, variam desde PAD e ferro fundido, com diâmetros que vão de 200 e 500, perfazendo um total de 29 mil e 570 metros de extensão dos dois sistemas.
Relativamente à rede de distribuição, existem vários diâmetros com uma extensão de 191 quilómetros de extensão de rede. O sistema actual abastece 55.920 habitantes, com restrições na semana, o que já não vai acontecer com a entrada em funcionamento do novo sistema.
Entretanto, 10 jovens ganharam emprego directo com a entrada do novo sistema de abastecimento de água, sendo que a empresa de Águas conta agora com 78 trabalhadores.
Vice-governador de Malanje para a Área Técnica
O vice-governador de Malanje para o sector Técnico e Infra-Estruturas, Angelino Kissonde, disse à reportagem do Jornal de Angola que a inauguração do Sistema de Abastecimento de Água de Malanje a partir do rio Cuije representa mais saúde, melhoria do ambiente económico e também da qualidade de vida.
De acordo com o responsável que, se apoiou num estudo científico, 70 por cento das doenças no mundo têm a sua origem na água, “porque quando a população consome água que não está tratada, quer para beber como para confeccionar alimentos, cuidados da casa, isso até certo ponto, ajuda no aceleramento e surgimento das doenças. Com esse projecto concluído, a província de Malanje vai gastar menos em medicamentos, em consultas e também nos hospitais”, completou.
Para o deputado da bancada parlamentar da UNITA pelo círculo eleitoral de Malanje Carlos Xavier, a inauguração do actual sistema, vai trazer benefícios à população e defende a necessidade de se trabalhar cada vez mais para a água chegar a toda a população, incluindo as sedes municipais.
A deputada do MPLA e membro do Conselho Económico e Social da Presidência da República, Lizeth Gonga, disse que a inauguração do novo sistema de abastecimento de água para a cidade de Malanje representa uma mais-valia para a população. Saudou o facto de estarem a decorrer novas ligações domiciliares, que vão abranger novas famílias que vão ter o problema da água resolvido.
Para o representante da Associação das Autoridades Tradicionais, soba Salambinga, o gesto representa dignidade, “é um direito para um povo, pois o anterior sistema não abrangia todos os moradores do município de Malanje, salvo os do casco urbano. Agora, temos de saudar essa iniciativa pois vai contemplar mais moradores e outras zonas afastadas do casco urbano”, concluiu.
Fonte: JA