O Governo Provincial de Luanda (GPL) desactivou há duas semanas, no distrito do Tala-Hady, no município do Canzenga, a escola n.º 3043, a famosa “escola grande”, a dois meses do fim do ano lectivo, por temer que a maior escola do Cazenga venha a desabar, soube à imprensa.
A medida do GPL apanhou de surpresa os professores, os munícipes, os próprios estudantes, assim como os encarregados de educação, que esperavam ver encerrada a “escola grande” apenas no final do presente ano lectivo, mas não foi esse o entendimento do governador de Luanda, Manuel Homem, que após receber o parecer dos técnicos do Laboratório de Engenharia de Angola (LEA), mandou, com urgência, a administração municipal encerrar a escola mais conhecida do Cazenga.
A imprensa soube junto de uma fonte da delegação municipal de educação do Cazenga que os alunos foram todos transferidos para outras escolas a nível do município, o que fez com que houvesse mudanças de horários nas escolas para onde foram transferidos.
A maioria dos estudantes foi transferida para a “escola 15”, no bairro do Cariango, e para os liceus existentes no município.
Todas as crianças do ensino primário da “escola 15”, que estudavam no período da manhã, foram transferidas para a escola primária do ex-complexo escolar do Cazenga, mas no período da tarde.
A velha conversa de que a escola n.º 3043 (“escola grande”) pode desabar é antiga e muito já se falou sobre o assunto, mas, desta vez, as autoridades da província de Luanda levaram a sério o assunto e desactivaram de facto a escola.
Entretanto, à imprensa deslocou-se à “escola grande” esta terça-feira, 21, e notou que apenas os alunos foram transferidos, pois a direcção da escola continua nas instalações, a esperar novo parecer.
A delegação municipal da educação, assim como a administração municipal, não sabem ao certo se o GPL irá mandar demolir a escola ou apenas reabilitá-la, como aconteceu com a Escola Angola e Cuba.
Uma fonte da administração municipal, que participou no encontro entre os técnicos do Laboratório de Engenharia de Angola, GPL e direcção provincial da Educação, contou que os técnicos do LEA confirmaram o risco de desabamento.
Outra fonte da delegação municipal contou que aquando da inspecção à escola grande dos engenheiros cubanos, que construíram esta escola, os técnicos deram garantias que não corre risco de desabamento, mas necessita de intervenção.
A imprensa, professores e alunos contaram que por vezes o edifício de quatro andares, que comporta 29 salas de aula, tem vibrado, o que deixa desconfortável e com medo qualquer pessoa.
Importa lembrar que, em 2013, um falso alarme de desabamento da “escola grande”, provocado por um grupo de alunos que não queriam fazer os exames, causou mais de 60 estudantes feridos.
Recentemente, o delegado municipal da educação do Cazenga, Armindo Santiago, disse que o Cazenga está a precisar de mais 69 novas escolas.
Fonte: NJ