Moradores do Quarteirão 4 do Porto Pesqueiro continuam a dormir ao relento desde o dia 14 de Fevereiro, devido ao desabamento das casas. Administração diz não ter condições para acomodar as mais de 100 famílias afectadas.
Quarenta casas ficaram totalmente destruídas em consequência de um deslizamento de terra provocado pela fragilidade do solo, no Quarteirão 4, na zona do Porto Pesqueiro, distrito urbano do Ngola Kiluanji, em Luanda. O incidente ocorreu no dia 14 de Fevereiro, “mandando” ao relento mais de 100 famílias, que clamam pela intervenção “urgente” das autoridades locais.
As casas naquele bairro adjacente à Comarca Central de Luanda (CCL) foram construídas numa zona arenosa e de declive.
Entretanto, segundo os moradores ouvidos pelo Novo Jornal, fenómeno só começou com a construção de grandes infra-estruturas no bairro. A título de exemplo, apontaram a construção de um posto de abastecimento de combustível naquela circunscrição territorial.
Segundo os lesados, uma equipa da administração já visitou o local, efectuando o cadastramento dos sinistrados. Porém, como relataram a este semanário os visados, volvidas quase duas semanas após o incidente, nada foi feito. “Continuamos a dormir ao relento, expondo-nos a assaltos e doenças. Precisamos de ajuda”, clamaram.
Lita António, moradora da zona do Porto Pesqueiro há mais de 20 anos, narra com muita tristeza que viu a sua moradia do tipo T3 desabar. Após a tragédia, a anciã de 64 anos, mãe de sete filhos, teve de pedir abrigo aos vizinhos. A moradora recorda que não é a primeira vez que a situação do género acontece naquele sector.
“Em 2017, já tivemos o mesmo problema. Na altura, fez-se um cadastramento e deram algumas moradias. A administração garantiu-nos que seríamos os próximos, mas parece que foram só promessas, pois fomos esquecidos”, lamenta.
Fonte: NJ