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BNA aperta controlo da inflação impondo inserção diária das taxas de câmbio

Os bancos comerciais passam a ser obrigados a inserir na Plataforma Blomberg entre as 8h30 e as 13h30 os níveis das taxas de câmbio propostos para operações de compra e venda de divisas.

O BNA fez sair uma directiva onde exige às instituições financeiras autorizadas a exercer a actividade cambial que insiram todas as manhãs na Plataforma Blomberg as taxas indicativas que cada uma propõe para operações de compra e venda de moeda estrangeira. Na prática, cada banco tem que comunicar todas as manhãs os preços a que está disposto a comprar as diversas moedas internacionais (dólar, euro e rand sul-africano) e o valor que quer para vender o que dispõe. Estes valores podem ser actualizados ao longo do dia. Acrescente-se que isto já acontecia, mas os bancos comunicavam normalmente com uma periodicidade semanal.

A directiva do BNA justifica esta medida porque se considera que a “taxa de câmbio de referência da Blomberg tem como objectivo ser representativa do mercado cambial, reflectindo as taxas “indicativas” e as taxas “executadas” no mercado”. O Expansão apurou que na verdade esta medida tem como maior objectivo “apertar” o controlo da inflação, que é a grande “luta” do BNA para 2023, pretendendo prever com maior exactidão e antecipadamente as oscilações da moeda nacional, de forma que possa gerir eficazmente as importações que o País precisa, nomeadamente de produtos alimentares e matéria-prima para a indústria.

O BNA acredita que com este processo é possível ter um maior controlo sobre o valor do kwanza, uma vez que a taxa Blomberg servirá de referência do câmbio do País, evitando algumas discrepâncias entre as condições que o Ministério das Finanças coloca moeda estrangeira no mercado e aquilo que é feito pelo banco central. Para os bancos, como disse ao Expansão um administrador de um dos do “top five”, “é pacífico, trata-se apenas de acrescentar um procedimento administrativo, mandar um e-mail todas as manhãs”.

Rand conta para as reservas obrigatórias

Numa outra directiva o BNA esclarece que o cumprimento das reservas obrigatórias em moeda estrangeira deve ser feito em dólares norte-americanos, euros ou rands sul-africanos. A grande novidade é a entrada da moeda da África do Sul nestas contas, uma vez que anteriormente eram apenas os euros e os dólares, sendo que no entanto as reservas de rands nos principais bancos são quase residuais, talvez com excepção do Standart Bank que poderá ter mais benefícios com esta medida, uma vez que com maior facilidade pode cumprir o nível de reservas obrigatórias com a moeda sul-africana, tendo mais dólares e euros para disponibilizar aos seus clientes.

Esta medida não terá grande impacto a curto prazo, mas é sempre mais uma divisa que entra para as contas das reservas obrigatórias, o que são boas notícias para todos bancos comerciais.

Fonte: Expansão

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