Angola e Portugal pretendem cooperar nos domínios da realização de Exames Nacionais, Plano de Leitura, bem como no projecto “Saber Mais”, orientado para a formação de professores formadores, para as escolas do Magistério, nas províncias do Bié e Luanda.
A informação foi avançada, segunda-feira, em Luanda, à imprensa, pela ministra da Educação, Luísa Grilo, no final do encontro que manteve com o homólogo de Portugal, João Costa.
Luísa Grilo anunciou, a propósito, a realização de um Simpósio internacional, na próxima quinta-feira, no Memorial António Agostinho Neto, no qual serão abordadas várias matérias do sector, como as que têm a ver com a avaliação em larga escala das provas nacionais, incluindo do Plano Nacional de Leitura.
A governante declarou que no presente ano lectivo académico, 40 mil alunos da 6ª, 9ª e 12ª classes devem participar nos Exames Nacionais Pilotos (ENP), a decorrerem em todo país.
Defendeu, contudo, para a rápida classificação das provas, a introdução de instrumentos tecnológicos, como computadores, para salvaguardar “resultados eficazes”. “Atendendo que os exames nacionais são de larga escala, não podemos ter professores a corrigir as provas de forma manual. Precisamos de instrumentos tecnológicos, nomeadamente computadores apropriados, para a classificação rápida das provas”, declarou a ministra, salientando que as disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências da Natureza e Física serão abrangidas nas provas.
Lembrou que no ano passado decorreram com êxito e em simultâneo no país exames pilotos, que contaram com a participação de 2.100 alunos da 6.ª e 12.ª classes, e as disciplinas seleccionadas foram de Língua Portuguesa e Matemática. “Os resultados produzidos nestes exames sugerem a generalização progressiva de Exames Nacionais Piloto, na medida que foram alcançados os objectivos da fase piloto”, referiu.
Luísa Grilo disse que a institucionalização dos Exames Nacionais visam, sobretudo, a formulação de uma política de avaliação em “larga escala”, no país, salientando que para a concretização deste desiderato, o Ministério da Educação precisa do apoio de Portugal, sobretudo no domínio da organização da logística.
Inspecção escolar
Luísa Grilo referiu que Angola e Portugal devem ainda, durante o simpósio internacional, trocar experiências no domínio da inspecção escolar, com vista o reforço das competências dos inspectores nacionais.
“Precisamos de olhar mais para o inspector como um elemento de promoção de qualidade, que ajude na avaliação do trabalho nas instituições escolares, com vista a promoção da qualidade do ensino”, afirmou Luísa Grilo.
O ministro luso da Educação, João Costa, disse que a cooperação no sector da Educação entre os dois Estados, sobretudo no capítulo da realização dos Exames Nacionais Pilotos tem sido de “muito sucesso”, com resultados recíprocos.
“Vamos consolidar estes exames de uma fase piloto para outra que envolverá 40 mil alunos. É um passo gigante” referiu o ministro da Educação de Portugal.
“Iniciamos os exames nacionais há 25 anos. Demoramos algum tempo para conseguir os padrões de qualidade, daí que a cooperação com Angola neste domínio seja importante, atendendo que trazemos uma experiência bastante consolidada”, afirmou o governante português, que disse acreditar no desenvolvimento social e económico de Angola.
Sublinhou que Portugal tem transmitido capacidades técnicas aos professores angolanos, no quadro da realização dos exames nacionais. Salientou ainda que no quadro da cooperação Portugal tem enviado técnicos para apoiar o Ministério angolano da Educação, com vista ao desenvolvimento das competências neste sector.
Fonte: JA