
O Presidente de Angola e da União Africana em exercício afirmou hoje na abertura dos trabalhos da 7ª Cimeira UA/UE em Luanda que a Europa só tem a ganhar se a sua parceria estratégica com África for com um continente desenvolvido.
João Lourenço, que falou de uma longa lista de personalidades relevantes das duas organizações, e do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, disse ainda que a parceria estratégica com a Europa tem de ter uma orientação clara, uma bussola para o futuro conjunto.
Para o anfitrião desta Cimeira, estão em cima da mesa questões fundamentais para o futuro conjunto da União Africana e da União Europeia, deixando no ar a ideia de a tecnologia que existe na Europa e os recursos estratégicos de África devem convergir para garantir um futuro melhor nos dois continentes.
Para João Lourenço, África não pode continuar a manter-se na pobreza que a caracterizou nas últimas décadas, com as migrações problemáticas ou os constantes pedidos de perdões de dívida que impedem o desenvolvimento económico e social no continente africano.
Defendeu que o “futuro é promissor” entre europeus e africanos, mas acrescentou que chegou o momento de ser dado “um passo fundamental” para se sair deste cenário promissor mas por cumprir, seja nas áreas da transição energética, das infra-estruturas, do combate ás alterações climáticas, da paz e da segurança…
Nesta sua intervenção, antes de os trabalhos continuarem â porta fechada, João Lourenço apelou a soluções concretas para questões que preocupam tanto africanos como europeus, como as migrações desreguladas e o desemprego entre os jovens que é uma das principais razões para a saída de tantos jovens do continente.
Mas apontou ainda a um tema que tem repetido sempre que fala em fóruns internacionais como este, que é a transformação das instituições internacionais de forma a que estas sejam mais inclusivas e participativas, sendo o caso mais apontado o Conselho de Segurança da ONU, onde falta um lugar permanente para um representante africano, por exemplo.
Perante este cenário global de crises planetárias em que se pretende fazer crescer a parceria entre europeus e africanos, João Lourenço destacou que “África e a Europa têm muito a ganhar se caminharem juntas”.
“Juntos temos tudo para beneficiar e desenvolver os nossos continentes”, apontou o também Presidente da União Africana, para quem o multilateralismo é o caminho mais curto para fazer da Humanidade aquilo que se espera e deseja.
E a esse propósito, para deixar claro que em África está-se a trabalhar de forma a facilitar essa caminhada conjunta, o Chefe de Estado angolano recordou que a UA definiu prioridades claras para o desenvolvimento continental.
E destacou a consolidação da paz, a estabilidade e a segurança, condições que considerou indispensáveis para acelerar a integração económica, promover o empoderamento das mulheres e dos jovens e avançar na resiliência climática e na transição energética.
Mas nenhum destes objectivos pode ser alcançado sem que “a voz de África seja efectivamente escutada” nos espaços de governação global, defendendo um papel mais forte do continente nas reformas das principais instituições internacionais.
O Presidente lembrou que a União Africana estabeleceu prioridades claras para orientar o desenvolvimento continental, com destaque
para a consolidação da paz, a estabilidade e a segurança, condições que considerou indispensáveis para acelerar a integração económica, promover o empoderamento das mulheres e dos jovens e avançar na resiliência climática e na transição energética.
Fonte: NJ



