
A rede criminosa que arrendou o Hotel Diamond Black, na zona do Benfica, em Luanda, para actividades de jogos online ilícitos, extorsão e burlas, senta-se no banco dos réus a partir desta quinta feira, no Tribunal da Comarca de Luanda, Palácio Dona Ana Joaquina.
Composta por 35 pessoas, esta rede criminosa transformou, de forma dissimulada, aquela unidade hoteleira num “quartel de burlas” online, que visava extorquir, burlar e obter dados de cidadãos brasileiros e portugueses via phishing, soube o Novo Jornal.
A rede era composta por 23 cidadãos angolanos, 11 de nacionalidade chinesa e um ugandês, acusados pelo Ministério Público (MP) da prática dos crimes de prática ilícita de jogos, coacção à prática de jogo e jogo fraudulento, falsidade informática, associação criminosa, branqueamento de capitais, retenção de moeda, fraude fiscal qualificada, e obstrução à justiça.
O esquema, segundo o Serviço de Investigação Criminal (SIC), visava extorquir, burlar e obter dados de cidadãos brasileiros e portugueses via phishing.
O Hotel Diamond Black, localizado no bairro Kifica, no Benfica, era o centro da operação criminosa.
Segundo a acusação, o estabelecimento estava arrendado para oficina de automóveis, mas foi usado para actividades ilícitas e contava com quatro salas equipadas com material informático.
Uma das salas era dedicada à criação de falsos perfis nas redes sociais, de modo a conseguir amizades com cidadãos portugueses bem posicionados e obter destes o número do WhatsApp para acções como phishing, extorsão e burlas por meio de chamadas de voz e de vídeo através do aplicativo.
O phishing é uma técnica de engenharia social usada para enganar usuários de internet, usando a fraude electrónica para obter informações confidenciais, como nome de usuário, senha e detalhes do cartão de crédito.
Os burlões “recorriam à inteligência artificial para mudar os rostos das funcionárias da empresa para as tornar mais atraentes durante a interacção em vídeo-chamadas, sobretudo com cidadãos portugueses, que aceitavam amizades no Facebook.
As actividades de jogos eram direccionadas a cidadãos que eram persuadidos a aderir a uma plataforma de jogos designada por LNBet, mediante a promessa de recebimento de bónus em dinheiro pela adesão.
As manobras eram realizadas em várias salas que compõem o hotel, sendo que os ardis eram utilizados pelos trabalhadores do esquema gerido pelos cidadãos chineses e um ugandês.
Fonte: NJ