
Os angolanos voltam às ruas este sábado, 19, para protestar contra o aumento do custo de vida no País, sobretudo no que respeita aos transportes, às tarifas de água e electricidade e às propinas no ensino privado. A manifestação é organizada pelo Movimento de Estudantes, que assegura que há marchas marcadas nas províncias de Luanda, Bié, Uíge, Moxico, Cabinda, Benguela, Huíla, Kwanza-Sul, Huambo, Namibe, Lunda-Sul e Malanje.
Segundo o Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), em Luanda, os manifestantes vão sair à rua às 13:00, numa marcha que partirá do Mercado de São Paulo como destino ao Ministério das Finanças.
Francisco Teixeira, presidente do MEA, disse, em declarações à Lusa, que a manifestação surge para contestar as medidas do Governo que “agravam a dor e o sofrimento dos jovens e das famílias angolanas”.
“Não podemos aceitar que o Governo aumente o nosso sofrimento e que continue a nos criar dores, quando eles têm tudo e nós não temos absolutamente nada. Nós estaremos na rua, porque entendemos que a vida dos jovens, a vida dos estudantes está cada vez mais difícil”, referiu.
Para o presidente do MEA, o aumento das propinas, do preço do combustível, da água e electricidade resultam de medidas “impostas” pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial (BM) ao Governo angolano e concorrem para o agravamento da condição de vida dos angolanos.
“Se nós não travarmos os apetites insaciáveis do FMI, do Banco Mundial e do Governo angolano, esses indivíduos vão delapidar completamente o país, é preciso lutarmos unidos e é preciso a juventude levantar-se”, frisou.
O líder estudantil entende, por isso, que todos os jovens angolanos “devem levantar-se para exigir que quer o FMI, o BM e o Governo [angolano] não aumentem mais o sofrimento dos jovens e das populações angolanas”.
No sábado passado, milhares de manifestantes que marchavam do Mercado do São Paulo até ao Largo da Independência, em Luanda, foram impedidos de prosseguir pela Polícia de Intervenção Rápida (PIR).
Os manifestantes tinham como destino o Largo da Maianga, onde a organização pretendia ler o manifesto, como noticiou no Novo Jornal, que acompanhou a manifestação.
Fonte: NJ